Ainda antes da deposição de Dilma Rousseff, em um golpe arquitetado através de um processo fraudulento, foram organizados comitês permanentes de luta contra o golpe, em uma iniciativa do Partido da Causa Operária com outras organizações.
Foram comitês e organizações que se mobilizaram, em seguida, pela anulação do impeachment de Dilma, e, depois, se organizaram em torno da luta contra a condenação e a prisão do ex-presidente Lula, que hoje é o principal preso político do regime golpista.
Essas organizações são as que deram origem aos mutirões de liberdade para Lula, realizados todos os domingos nas mais variadas capitais e cidades do Brasil, que colhem assinaturas pela liberdade do líder máximo do PT, mas também realizam um trabalho de organização independente de luta contra o golpe de Estado.
Um primeiro balanço desses mutirões leva à conclusão imediata de que o povo quer o fora Bolsonaro, que os trabalhadores querem Lula livre, fora das masmorras do sistema repressivo dos golpistas. São atividades que permitem o contato, cara-a-cara, com as pessoas, que manifestam sua posição política contra o regime dos direitistas.
Muito mais. Esses mutirões permitem o agrupamento de todas as pessoas que querem fazer alguma coisa contra o golpe de estado. Gente que quer panfletar, quer colar adesivos, quer ajudar financeiramente a luta contra o golpe, enfim, gente que quer se organizar na luta contra a direita.
É a forma encontrada para derrubar Bolsonaro, o jeito de colocar nas ruas um plano de derrubada do regime dos golpistas. Muito, mas muito além de medidas institucionais, de discursos parlamentares. É impulsionar e organizar a vontade de lutar das pessoas que não querem aguardar eleições, que não estão dispostas a esperar mais uma votação no Supremo Tribunal Federal, que chancelou a prisão de Lula, o impeachment de Dilma, enfim, que passou o pano para o golpe de Estado.
Não existe fórmula mágica que economize o trabalho de lutar contra o golpe, como quer a esquerda pequeno-burguesa, depositando tudo nas próximas eleições. É preciso mobilizar, um a um, todos os que querem lutar contra o golpe de Estado, nas ruas. É necessário ampliar os mutirões às centenas, colocar em marcha, finalmente, um movimento de luta consequente contra o golpe de Estado, contra Bolsonaro, os militares e pela liberdade Lula.