Um dos dias mais aguardados pelos militantes da luta contra a direita, o domingo foi dia de intenso trabalho de agitação política, realizado pelos comitês espalhados de norte a sul do país junto às comunidades mais atacadas pelo avanço do fascismo, as regiões mais pobres das cidades brasileiras, bairros onde as condições de vida duríssimas impostas pela política de guerra econômica são uma ameaça mortal a milhares de pessoas, que se encontram entre a perspectiva de morrer pela fome ou pela pandemia. Com o propósito de impulsionar a luta contra o regime golpista de Bolsonaro, e dar uma saída à crise independente deste ou aquele setor da burguesia mas efetivamente voltada à classe trabalhadora.
O momento não podia ser mais urgente. Com a virtual morte dos sindicatos, que num erro de cálculo imenso aderiram à política de “ficar em casa”, fechando-se aos trabalhadores, com a inoperância completa dos partidos de esquerda pela mesma opção covarde, que os colocou a reboque justamente da burguesia imperialista, o setor da direita que mais poderoso, impulsionador do golpe de 2016 e que tem defendido a imposição da quarentena com paliativos mínimos à população, baseado (obviamente) em seus próprios interesses, o que finalmente, sempre foram frontalmente contrários aos interesses populares. Esta lição da história, em particular, está repleta de exemplos muito emblemáticos da brutalidade com que as potências estrangeiras se impõe politicamente sobre o povo brasileiro, a ponto de ser uma obviedade nos dias atuais, embora siga ignorada pela esquerda e as direções do movimento operário e das vanguardas populares.
Entendendo que a única maneira de fazer o projeto político sair do campo das boas ideias, e acontecer de fato, é trabalhando para a construção da mobilização popular, e compreendendo ainda a importância da criação dos conselhos de bairro nas periferias das cidades, como instrumento da educação política necessária à elevação da própria consciência de classe, militantes dos comitês de luta e do PCO continuarão presentes nas regiões populares, saindo de casa para trabalhar politicamente, afinal, ficar em casa não é uma opção à esmagadora maioria da população brasileira, e tampouco pode ser àqueles que defendem de verdade a libertação do país, dominado pelos interesses imperialistas que se manifestam em eventos como o golpe de 2016 e a figura grotesca de Bolsonaro na presidência.
Nesse sentido, os mutirões realizados em todas as regiões, desde as capitais e grandes cidades até as pequenas e distantes dos principais centros urbanos do país, revelam uma imensa disposição de luta em todos os cantos do Brasil. Para além de todas as ilusões e preconceitos contra a população, difundidos amplamente pela esquerda pequeno burguesa cujo interesse é a da paralisia, a experiência prática tem demonstrado exatamente o contrário, quanto mais explorada a população das periferias, maior a propensão a se organizar em conselhos de bairro, como os formados no bairro de Vargem Grande, em São Paulo, em Blumenau (SC), no bairro Ribeirão Fresco, São Félix do Coribe (BA), no bairro Bela Vista, em Planaltina (DF), no bairro do Vale do Amanhecer, entre outros.
Por isso, em virtude da urgência imposta pela emergência da pandemia que ameaça os trabalhadores e o povo mais do que nunca, é preciso intensificar o trabalho militante, estar junto da população esmagada, a atuar ativamente pela construção da mobilização popular. Fora Bolsonaro. Fora todos os golpistas.
Abaixo, as fotos das atividades realizadas neste domingo, começando com o conselho de Vargem Grande, na zona sul de São Paulo:
Bairro de Bela Vista, na cidade de São Felix do Coribe, Bahia (864 km de Salvador):
Bairro do Ribeirão Fresco, Blumenal, Santa Catarina:
Vale do Amanhecer, Planaltina, Distrito Federal:
Bairro do Uruguai, Salvador, Bahia:
Mutirão em Santa Bárbara, Bahia (141 km de Salvador):