Bolsonaro, o espantalho da extrema direita, não deixará de ser um fascista por causa de uma condenação, a título de danos morais, no valor de R$ 10.000,00. O pré-candidato a presidente pelo PSL teve em seu desfavor uma condenação por causa de ofensas proferidas contra a deputada petista Maria do Rosário.
Em recente entrevista, o deputado, que é admirador explícito da tortura, se pronunciou acerca das suas falas: “Vou continuar atirando, mas agora com silenciador”. A frase também poderia ser a seguinte: continuarei a ser o fascista de sempre, mas com cautela no que digo.
É notório que essas condenações, de cunho extrapatrimonial, contra as chamadas “frases ofensivas”, não terão o condão de alterar o que as pessoas pensam, mas apenas ocultar momentaneamente o que elas realmente são. Quando da condenação do inglório deputado, uma parte da esquerda pequeno-burguesa veio a público comemorar a referida condenação proferida pelo judiciário de Brasília.
Não obstante o desejo de alguns de se guiarem pelo elogio às medidas repressivas, tais como as condenações de cunho extrapatrimonial, elas não percebem que há uma via de mão dupla nessa questão. O mesmo judiciário reacionário que condena alguém de direita, terá muito mais anseio em condenar alguém de esquerda. Condenar alguém que critica o reacionarismo do judiciário, por exemplo, será muito mais fácil de ser efetivado. Faz-se necessário uma mudança de conceitos e postura a fim de combater as esferas golpistas e reacionárias como o poder judiciário hoje vigente.