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Mulheres serão principais prejudicadas por militarização das escolas: mobilizar já contra Bolsonaro!

A militarização das escolas tende a prejudicar especialmente as mulheres. Essa é a conclusão a que se chega ao ler o relato de Stéfani Fontanive, escritora do diario online The Intercept, contando a sua vivência dos três anos de ensino médio no Colégio Tiradentes da Brigada Militar de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul.

Nesse tipo de instituição, vigora o lema da “lei do mais forte”, “quem não puxa o saco, puxa a carroça” e da “superioridade” daqueles que se submetem ao verdadeiro regime de doutrinação fascistoide que se constrói segundo a estrutura de regras e punições instaurado. Nesse sentido, é claro que a mulher, como em qualquer sistema de opressão, tende a ser a mais oprimida. Por isso mesmo, é de fundamental importância que esteja dentro da luta feminina o combate a direita e o avanço das suas posições sobre os espaços da esquerda. As escolas devem ser locais de desenvolvimento cultural e, portanto, espaços progressistas. Portanto, é preciso lutar contra a militarização das escolas e contra o regime golpista e o governo Bolsonaro de conjunto.

Na situação da escola militarizada, segunda a jornalista, as regras restritas quanto a aparência, uniforme correto, cabelo “no lugar”, unhas em tons “corretos” são alguns dos exemplos secundários que assolam a vida das mulheres em uma escola militar. O principal, contudo, são a estrutura de perseguição política àqueles que exprimam ideais de esquerda e feministas.  Nesse sentido, justificavam-se os comentários políticos oficiais contra a esquerda, os serviços sociais e, principalmente, contra as mulheres. O regimento oficial inclui a “alteração”, que é uma medida punitiva aos alunos mais novos sob arbítrio dos alunos veteranos e oficiais. Fora a série de regras a serem cumpridas, pois, a preferência pessoal de um aluno veterano ou de um oficial por um dito “aluno subalterno” seria o fator determinante para se receber ou não a tal punição.

Dessa forma, na prática, além das regras escritas, o comportamento de esquerda e de questionamento sobre a ordem vigente também estavam entre os fatores a serem passíveis de punição. A tese se comprova pela própria experiência da hoje jornalista da The Intercept, que revela a série de punições que recebeu devido a se colocar contrária a ditadura, em favor de direitos femininos e por suas posições políticas pró-esquerda.

Compondo uma estrutura de repressão a toda a vida do estudante, a escola militar não apenas estende seu regimento ao comportamento dentro dos domínios da escola, mas também vigia os alunos em suas redes sociais e estabelece uma campanha de críticas àqueles cujo comportamento não é do “tipo certo”. Nas festas promovidas junto aos jovens, por exemplo, a prática natural é vangloriar os meninos e criticar as meninas por casos amorosos. Longe de ser apenas uma posição pontual, o comentário do sargento citado pela autora do relato deixou claro a posição oficial quanto as mulheres em uma escola militar:

“Era uma vez, uma chave e uma fechadura. Essa chave abre várias fechaduras, e era considerada uma chave-mestra. Agora, a fechadura que se abre com muitas chaves é uma fechadura vagabunda. A fechadura que vale, é a que se abre com só uma chave”. “Assim é a vida, meninas”, finalizou.

Na situação,  Stéfani conta sua reação de indignação: “estava estarrecida e pulei da mesa que estava sentada. Assim que o sargento saiu, no exato momento que a porta fechou, fui obrigada a revidar. A única coisa que saiu da minha boca naquele dia foi impensada, mas significativa: ‘a buceta é de vocês, vocês dão pra quem vocês quiserem’. Algumas meninas me olharam indignadas. Outras concordaram comigo.”

Outra prova da posição contra as mulheres adotada pelos oficiais se exprimiu pela seguinte fala:

“Mas vocês, meninas Tiradentes, não são meninas comuns, vocês são fortes, meninas comuns são fracas, vocês são fortes, porque, se não, não estariam aqui”.

No término do relato, a autora descreve a sua formatura como o livramento de todo esse mal ao qual ela estava submetida.

A realidade do governo golpista, aumenta a opressão que existe em cada esfera da vida da mulher, aos mesmos moldes do modelo militar nas escolas. Se o título do artigo em questão foi “Meninas, preparem-se para sofrer mais do que os meninos na nova onda de colégios militares”, deve-se entender esse vaticínio também para o regime golpista de conjunto.  

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