Em momentos de crise como o que o país atravessa, é natural que os setores mais oprimidos cotidianamente sejam justamente os mais afetados pela desestabilização econômica e consequentemente sofram seus impactos em maior intensidade.
Em números, pela primeira vez desde 1991 a taxa de ocupação formal feminina ficou abaixo dos 50%, registrando em 46,3%. O patamar mais baixo das últimas três décadas. Os dados são do IPEA e do IBGE.
Dentre as mulheres que possuem filhos até 10 anos idade, por exemplo, a taxa de ocupação caiu de 58,3% no segundo trimestre de 2019 para 50,6% no mesmo período de 2020. Um recuo significativo de 7,7%.
As mulheres são sobrecarregadas ainda com os intermináveis afazeres domésticos que culturalmente sempre recaíram sobre elas. Além disso, o fato de dedicarem mais tempo à educação e cuidado dos filhos e idosos da família também é um fator que tem levado as mulheres à exaustão o que, consequentemente inviabiliza a procura por uma recolocação em um mercado de trabalho mergulhado na crise capitalista.
Em 2019, antes da pandemia, as mulheres gastavam em média 21,4 horas por semana com tarefas domésticas ante as 11 dedicadas pelos homens para as mesmas atividades, segundo o IBGE.
Neste ano com a crise sanitária 26,4% das mulheres entrevistadas pela Fundação Oswaldo Cruz alegaram que o trabalho doméstico aumentou muito e 50% delas alegaram estarem mais tristes e deprimidas.
Toda esta situação que na verdade não é atípica também levou as mulheres a desistirem de procurar emprego e essa desistência impactou inclusive na taxa de desemprego feminino que ficou em 14,9% entre abril e junho (+0,8%) deste ano.
A demora e a negação de pedidos do Auxilio Emergencial a milhares de mães solteiras também colabora agora para o aumento da miséria no país. São inúmeros os casos de mulheres que chefiam famílias inteiras e tiveram o acesso ao benefício negado, enquanto se multiplicavam os casos de fraude no programa, inclusive por militares do exército.
Diante dos desafios pela sobrevivência que as mulheres e demais setores oprimidos e esmagados pelo capital enfrentam cotidianamente faz-se necessária sua organização na luta pelo Fora Bolsonaro e Todos os Golpistas; afinal é a política de morte deste governo elevado através de um Golpe de Estado em 2016 que as condições de vida de toda a população trabalhadores vem se deteriorando sistematicamente.