Quando em fevereiro de 2011 estouraram manifestações contra o governo de Muammar Gaddafi, presidente da Líbia, de 1969 a 2011, muitos cunharam esse período de “Primavera Árabe”. O que seria uma primavera se tornou um outono para a Líbia logo após o assassinato de Muammar Gaddafi, em 20 de outubro de 2011.
Todo esse outono em que o imperialismo jogou a Líbia começou em 2001, mas em 2011 três mulheres do Departamento de Estado dos Estados Unidos souberam usar argumentos capciosos e imperialistas, escudados no identitarismo burguês do empoderamento feminino, para estimular uma guerra contra o país africano, a fim de derrubar Muammar Gaddafi.
Hillary Clinton, Susan Rise e Samantha Power são também, assim como os homens do governo norte-americano, articuladoras dessa guerra imperialista contra a Líbia.
Hillary Clinton, Secretária de Estado, fez tudo para que o Pentágono e o serviço de inteligência dos Estados Unidos acreditassem nos seus diagnósticos mentirosos sobre a Líbia. Dennis Kucinich, legislador democrata, além de outros funcionários do Pentágono, desconfiavam bastante das intenções de Hillary Clinton com relação à desnecessária guerra contra a Líbia a ponto de o legislador abrir um canal de diálogo com o governo Gaddafi, com o intuito de se impedir a guerra. Mas Hillary Clinton, que tinha apoio de Barack Obama, presidente dos EUA na época, articulou a aprovação de uma ação militar contra a Líbia.
Barack Obama entregou o comando dos assuntos relacionados à Líbia a Clinton, representante fundamental da direita do Partido Democrata. Estava aberto o caminho para a “empoderada” Clinton ajudar a iniciar a guerra imperialista. Mentindo para o povo e os legisladores americanos, com a intenção de obter todos os meios para conseguir apoio e aliados para a intervenção norte-americana na Líbia, com a velha desculpa de “proteger os civis e as áreas habitada por civis”, Hillary encarregou Susan Rice, representante dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU, de garantir no Conselho os votos necessários para aprovar a Resolução 1973, que aprovava o uso da força (ou seja, da guerra) na Líbia. Com dez votos a favor e cinco abstenções, a Resolução fora aprovada.
Samantha Power, membro sênior da segurança do governo Obama, ficou encarregada de promover a propaganda e justificativa da guerra dentro do próprio governo Obama. A propaganda enganosa era de que a ação militar americana seria uma “intervenção humanitária” contra a ditadura de Gaddafi.
Em depoimento Obama já disse ter sido a intervenção na Líbia seu pior erro, culpando franceses e ingleses por isso, isentando os verdadeiros culpados, os membros do seu Departamento de Estado, incluindo as influentes Hillary Clinton, Susan Rise e Samantha Power.
Essa guerra contra a Líbia envolveu essas três mulheres influentes da política externa americana, com ataques e invasões da OTAN, mentiras sobre a situação da Líbia, comparações com a tragédia de Ruanda, em 1994, a fim de que o presidente Obama não ficasse omisso e agisse(não agiu em Ruanda, mas injustamente na Líbia), o que acabou ocorrendo., e no pós guerra um fim bastante promissor para as mulheres responsáveis por essa agressão ao país africano, pois Hilary Clinton continuou sua carreira política, Susan Rise foi para a American Univesity e Samantha Power se tornou embaixadora e depois foi para Universidade de Haward.
Esse caso da guerra na Líbia e o papel significativo das mulheres nos bastidores e também de forma explicita é mais uma prova de que as mulheres também podem ser usadas pelo imperialismo, às vezes de forma auxiliar ou mais ativamente. Se a política de mulheres no poder não vier em prol da união de toda a classe operária e dos oprimidos na luta contra o regime capitalista, é mais uma ferramenta demagógica da burguesia para favorecer o imperialismo.
Assim como o “democrático” Biden está mais a serviço do imperialismo do que o Donald Trump, mulheres, negros e outras minorias também podem ser usadas para agir em prol da burguesia imperialis ta, com as máscaras da hipocrisia, do dito mal menor e dos diversos identitarismos e da democracia burguesa, capaz de flertar com o fascismo e promover guerras para sair de qualquer crise.
É preciso desmascarar essa política imperialista burguesa de se esconder em personagens minoritários para impedir a união de todas as classes oprimidas contra o regime capitalista, que só permite pequenas reformas, nunca a revolução e independência desses povos e nações oprimidas.