A Polícia Militar mostra mais uma vez para que serve: relatos de mais de 30 policiais mulheres denunciam abuso sexual dentro dos quartéis do Paraná.
Conhecido como “Doutor Bacana”, o médico tenente coronel Fernando Dias Lima, usava os consultórios dos quartéis para abusar sexualmente de mulheres. Segundo relato de uma das vítimas, “ele esfregava a genitália na perna, ele apalpava, ele agarrava assim”.
É isso que faz alguém que diz ter a missão de “servir e proteger a população”. Dentro de tantas barbaridades praticadas pela PM, está o abuso sexual contra as mulheres.
Além de consultas regulares, ele prestava atendimentos de emergência dentro dos quartéis e validava para a PM atestados assinados por médicos civis. Ou seja, mais cedo ou mais tarde, todas as policiais da região teriam que passar com ele.
“Ele a chamou na sala e pediu-lhe para deitar na maca e erguer a camiseta. Que pegou o estetoscópio e o posicionou na região dos seios. Com a outra mão, ele apalpava os seus seios”.
“Em todas as consultas que eu fui, ele trancava a porta”.
“Ao me abraçar, ele colocou a mão na minha nádega”.
Os depoimentos são de recrutas, soldados, cabos e até de esposas de policiais militares que se consultavam nos quartéis. A situação só mudou quando uma oficial se tornou vítima, em fevereiro de 2018: “Só precisou de uma primeira denúncia para brotar várias outras”.
É preciso lutar pela extinção da PM e de todas as polícias, e em seu lugar criar milícias populares, incluindo de mulheres, que protejam realmente os interesses da população.
O Ministério Público do Paraná afirma que o denunciado “se prevaleceu de sua condição de superior hierárquico para constranger as vítimas com intuito de obter favorecimento sexual”.
No dia 25 de maio de 2018, o médico foi preso preventivamente, mas claro foi solto dez dias depois. Hoje ele está afastado de suas funções, mas continua recebendo normalmente seu salário de R$ 26 mil.
Os relatos sobre os abusos são só um viés do terror cotidiano a que as mulheres sofrem e mostra o quão desumana e violenta a polícia é. Infelizmente, com o atual avanço da extrema-direita e carta branca do presidente fascista Jair Bolsonaro, a PM está cada vez mais à vontade para cometer todo tipo de abuso. Por esta razão, devemos exigir sua extinção e organizarmos o movimento feminino contra a extrema-direita.