A pandemia do COVID-19 aprofundou a crise econômica no Brasil, estamos diante de um número elevadíssimos de desempregados, segundo pesquisa o país já estaria o desemprego acima de 17%. Os números divulgados pelo IBGE ainda podem estar subestimados. A dificuldade na precisão da pesquisa se dá pelo fato da política de isolamento social, quem perdeu o emprego ainda não voltou a procurar por causa da pandemia. Na última semana de maio eram 28,5 milhões de pessoas desempregadas.
Entre os 28,5 milhões, 10,9 milhões estavam desocupados e buscaram trabalho, mas não encontraram. Outros 17,7 milhões não conseguiram sequer procurar emprego, devido a dificuldades impostas pela disseminação do vírus, como as medidas de restrição à mobilidade e a falta de emprego na localidade. Este último grupo reúne potenciais desempregados, já que estavam disponíveis para trabalhar. Pela metodologia do IBGE, é considerado desempregado quem procura emprego e não acha.
“Podemos considerar esses 17,7 milhões como subutilizados” diz Cimar Azeredo, diretor adjunto de Pesquisas do IBGE. O contingente de pessoas desocupadas passou de 9,8 milhões, na semana de 3 a 9 de maio para 10,9 milhões, na semana de 24 a 30 de maio, uma alta de 10,8%. Milhões de trabalhadores estão completamente desamparados durante uma das maiores crises econômicas e de saúde já vivida no país.
As mulheres no centro da crise do desemprego
Sete milhões de mulheres abandonaram ou foram demitidas na última quinzena de março. Segundo o pesquisador Marcos Hecksher, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é primeira vez nos últimos três anos que a maioria das mulheres está fora da força de trabalho.
“Se a participação feminina ainda fosse a média dos três anos anteriores, o esperado seria haver 46 milhões de mulheres na força de trabalho e 41 milhões fora dela. A maioria das mulheres estava na força de trabalho. Agora, a maioria ficou fora” afirma Hecksher.
Para as mulheres que ainda estão empregadas as dificuldades para se manter no emprego só aumentam. Enquanto o comércio reabre nos estados brasileiros, para satisfazer o lucro das empresas, as escolas e creches continuam fechadas, um total descaso com as mulheres que também são mães e não tem onde deixar os filhos. A renda mensal entre homens e mulheres também disparam. No primeiro trimestre de 2020 a diferença salarial foi grande, como também mostra a pesquisa do IBGE.
Para as desempregadas as medidas oferecidas pelo governo são irrisórias. A dificuldade da população pobre em conseguir o auxílio emergencial é enorme e Bolsonaro já anunciou seu fim: “Vai ser negociado com a Câmara, presidente da Câmara, presidente do Senado, um valor um pouco mais baixo e prorrogar por mais dois meses talvez a gente suporte, mas não o valor cheio de 600 reais”. Milhões de trabalhadores serão deixadas à própria sorte, durante uma pandemia sem previsão de acabar sem trabalho e sem auxílio, para o governo fascista de Bolsonaro garantir o lucro dos bancos e das empresas.
A crise econômica será devastador para a classe trabalhadora e um verdadeiro retrocesso para as mulheres que estão sendo obrigadas a voltar para dentro de casa, sem emprego e sem renda própria.