Como já é sabido, as eleições são processos fraudulentos, controlados pela burguesia. Esta se utiliza de diversos aparatos para reprimir candidaturas e partidos que interferem em seu interesse. No pleito deste ano, o presidenciável escolhido por ela é Geraldo Alckmin. O fascista, que atua com política oposta aos interesses da classe operária, é completamente impopular. Mas como eleger um candidato que ninguém quer?
A resposta é simples. A direita está se utilizando da confusão política de diversos setores da esquerda para promover políticas supostamente favoráveis aos seus interesses, mas que, na verdade, só servirão como uma forma de atacá-los ainda mais brutalmente. Um dos aparatos para conseguir mais votos para o funcionário do imperialismo é utilizando seu espantalho: Jair Bolsonaro. Este, que ao longo de sua trajetória política, sempre atacou a classe operária, em especial negros, mulheres e homossexuais, demonstra em seu discurso ser um fascista. Ao passo que Alckmin possui uma equipe de marketing que disfarça seu caráter adepto ao fascismo, Bolsonaro não, logo seu discurso explicita um ataque direto a população.
No começo de setembro, foi criado um grupo no Facebook, o “Mulheres contra Bolsonaro”. A suposta função seria denunciar sua conduta política, de ataque as trabalhadoras e a importância de não o eleger nas eleições de outubro. O movimento se diz apartidário, mas só podem ser mantidas publicações de apoio a direita, a mesma que ataca aos interesses das mulheres, oprimindo-as das mais variadas formas. Aderiram não só direitistas, mas boa parte da esquerda, iludida com a ideia de ser possível uma luta unificada entre a classe operária e burguesia, o que é uma completa loucura.
O movimento já demonstrou ser uma forma de alavancar Alckmin nas eleições. Nesta semana, na página do moimento no Twitter, agradeceram publicamente o “apoio” de Geraldo Alckmin, que disponibilizou um espaço em sua campanha eleitoral para falar da “importância” do grupo na luta contra o fascismo. Uma completa hipocrisia.
A prática de opressão das mulheres é milenar. O capitalismo se apropriou dos métodos repressivos, colocando a mulher em condição de escravização social. Essa mesma burguesia que as ataca, luta contra a conquista de seus direitos. Logo se unir a direita numa mesma luta, como propõe o grupo “Mulheres Contra Bolsonaro”, é totalmente contraditório. Vale lembrar que aderiram ao movimento a Rede Globo, que impulsionou a campanha pelo impeachment da primeira presidenta mulher no Brasil -Dilma Rousseff- e Geraldo Alckmin, que autorizou a polícia a reprimir brutalmente mulheres, professoras, em manifestações da categoria dos educadores.
A única forma da classe trabalhadora, em especial as mulheres, conquistarem e garantirem seus direitos é através da mobilização popular, que jamais poderá ser travada em consonância a direita, que ataca ao povo e atende aos interesses do imperialismo. A luta não deve ser por qual o candidato menos pior para se votar, mas sim para denunciar a fraude eleitoral, que fica ainda mais explicita sob o golpe de estado.