Em uma decisão acertada, impulsionada pela direção da CUT e dos seus sindicatos e pela Frente Brasil Popular (FBP), com apoio da Frente Povo Sem Medo, foi adotada a decisão de que o ato do dia 14 de junho, em São Paulo, seja realizado na Avenida Paulista, centro da Capital e onde vem sendo realizado todas as principais mobilizações nos último anos, revertendo a posição anterior, em torno de um suposto acordo com a maioria da “centrais” sindicais de realizar o ato nas proximidades da Vila Madalena, no Largo da Batata.
A decisão é importante, na medida em que deixa para trás a “onda” de setores da esquerda pequeno burguesa, sob os mais variados pretextos, de retirar a mobilizações dos centros fundamentais, com maior facilidade de acesso, mobilização e capacidade provocar maior impacto na cidade, como é o caso da Avenida Paulista.
Não é só o caso de São Paulo, a mesma “inovação” já foi tentada pela esquerda festiva no Rio de Janeiro, por exemplo, ao se propor que os atos fossem desviados para a Zona Sul (Copacabana ou para a periferia) ao invés de manter a tradição bem sucedida de realizar o ato na região central, Cinelândia-Candelária, centralizando unificando a mobilização.
Essa tendência modista e dispersiva não é obra do acaso, mas corresponde a uma clara tentativa – feita em vários momentos – de impor uma política que não corresponde a impulsionar uma mobilização, mas apenas dar a aparência de que ela existe e de controlar o movimento. Ainda mais quando as mobilizações assumem uma política que não corresponde àquela ditada por setores da direções, como nesse momento, em que é notório que os atos se posicionam claramente pelo “Fora Bolsonaro” e pela liberdade de Lula, enquanto dirigentes da esquerda adotam a política da conciliação e entendimento com o governo e com os golpistas, evidenciado no apoio dos governadores do Nordeste à reforma da Previdência, na busca de aliança com os golpistas do PSDB e outros setores da direita na chamada “frente ampla” etc. Exatamente no momento em que fica ainda mais evidente a participação dos tucanos e dos seus “amigos” no judiciário, como Sérgio Moro, na operação criminosa da Lava Jato.
Essa mesma política conciliadora e confusa leva à posição de aceitar a postura de sindicalistas pelegos que se opõe à realização de atos no dia da greve geral, tentando evitar que o dia de greve seja um dia de mobilização, onde se expresse a revolta popular, a unidade na luta, nas ruas, dos trabalhadores e da juventude, tentando fazer do mesmo uma espécie de feriado, postura típica da burocracia que, ao invés de organizar piquetes, passeatas etc., manda os operários para casa, tentando impedir sua participação, buscando deixar livre o caminho para a conciliação e os acordos traidores com os patrões.
Mais do que nunca, é preciso parar a Paulista e a região central de São Paulo e fazer o mesmo em todo o País. Realizar atos massivos que apontem no sentido da continuidade da mobilização e da luta política com eixos claros em favor de uma saída dos trabalhadores diante da crise: derrubar Bolsonaro e todos os golpistas; libertar Lula; conquistar novas eleições gerais, com Lula candidato.