Nenhuma recuperação

Mudança constante da taxa de queda da economia visa ocultar crise

Crise econômica continua forte, a desigualdade aumenta e as perspectivas continuam de mal a pior

A previsão média sobre a queda da economia brasileira para este ano feita pelas empresas financeiras consultadas todas as semanas pelo Banco Central para seu Boletim Focus ficou em 5%, acompanhando proximamente a estimativa do Fundo Monetário Internacional – FMI que foi de uma queda de 5,3%. Essas financeiras e bancos estão trabalhando com uma taxa de inflação maior que a da semana passada, em 2,65% e uma previsão para 2021 de 3,02% e também uma leve alta do dólar, ficando em R$ 5,35. (Contábeis, 21/10/20)

Em relatório recente, o FMI alertou para a vagarosa recuperação da economia brasileira “que pode levar tempo para que emprego, renda e pobreza voltem aos níveis anteriores à pandemia”, ao mesmo tempo em que no Brasil riscos negativos “significativos” incluem uma segunda onda da pandemia, “cicatrizes de longo prazo” de uma longa recessão e choques na confiança devido à enorme dívida pública. (UOL, 5/10/20)

Para países desenvolvidos, uma dívida maior que o PIB não é novidade e nem é visto como problema pelos órgãos financeiros do imperialismo. Mas sempre aparece como um elemento negativo para os países atrasados, os chamados “em desenvolvimento” ou “emergentes”, entre outros motivos pois é um fator que o sistema financeiro usa para aumentar a taxa de juros de empréstimos e uma forma de pressionar para que os títulos públicos tenham uma remuneração acima da média internacional. A justificativa que usam é que essas economias não inspiram confiança em sua estabilidade política e institucional.

A preocupação de banqueiros e suas instituições internacionais com os efeitos da pandemia nada tem a ver com a saúde da população. Sabem que se a pandemia se agrava em determinado país, a pressão popular para que seus governos invistam mais e promovam auxílios monetários às pessoas é tal que os governantes acabam gastando mais e isso pode significar menos dinheiro para o pagamento de juros e para transferências a bancos e grandes empresas. A preocupação deles é com o lucro e não com a vida.

Segundo levantamento do IBGE divulgado nesta quinta-feira (22), o Brasil continua com empresas fechando muito mais que abrindo pelo quinto ano consecutivo. Entre 2014 e 2018 o país perdeu 382,5 mil empresas, o que significou a perda de 2,9 milhões de empregos assalariados. Esse montante não inclui os Microempreendedores Individuais (MEI), nem instituições sem fins lucrativos. A mortalidade de empresas é muito grande no país. Só uma em quatro empresas sobrevive mais de 10 anos no Brasil. (G1, 22/10/20)

Esse quadro só confirma que a crise econômica capitalista tem início antes da pandemia e continuará depois que ela passar. O que a pandemia tem feito, segundo os vários estudos setoriais realizados, é expor elementos de fragilidade do sistema, entre eles a desigualdade extrema. O Observatório das Metrópoles, um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) do Ministério da Ciência e Tecnologia, uma espécie de grupo de pesquisa, acaba de divulgar estudo que mostra que os mais pobres tiveram queda de 32% nos rendimentos e mais ricos, redução de 3,2%. A desigualdade aumentou e muito. Com exceção de Maceió, a desigualdade aumentou em todas as demais regiões metropolitanas. A queda no rendimento dos mais pobres foi maior em Salvador (-57,4%), João Pessoa (-50,6%) e Rio de Janeiro (-47,6%). O estudo também mostrou que o rendimento médio dos negros é 57,4% do rendimento dos brancos. (G1, 22/10/20).

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