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Esquerda paralisada

MST:”Resistência” ou luta contra os latifundiários e governo fascista?

Entrevista com o líder do MST João Pedro Stédile revela uma política que está levando a permanência de Bolsonaro na presidência e um avanço dos aataques contra os trabalhadores

Nesta quarta-feira (20/11), João Pedro Stédile, integrante da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-terra (MST) concedeu uma entrevista para o portal da internet Sputink onde fala sobre a situação política atual e como atua o MST diante do governo Bolsonaro.

Jõao Pedro Stédile tenta explicar a falta de ocupações de terra realizada pelo MST no ano de 2019 apresentando que a correlação de forças é desfavorável para a esquerda e que o MST estaria em ‘espera na era Bolsonaro: ‘Não é o momento de confrontar o proprietário’. Selecionamos aqui dois parágrafos da entrevista para discussão e contrapor os argumentos sobre o que é “resistência” e o momento de derrubar Bolsonaro.

Disse que “Nós, como MST, adotamos uma tática que chamamos de resistência ativa: resistimos, tentamos explicar às pessoas o que está acontecendo, mas levando em consideração os limites que a correlação de forças nos impõe”.

Uma primeira discussão que mostra a paralisia de setores da esquerda brasileira é a chamada política de resistência. Stédile deixa escapar o que é a política de resistência, ou seja, ficar no modo de espera sem se confrontar com os latifundiários e a direita golpista.

A política de resistência é o fator fundamental que está levando a um avanço do governo Bolsonaro e seus ataques a classe trabalhadora. Tivemos vários exemplos do fracasso da resistência com a aprovação da reforma trabalhista, destruição da previdência, privatização de estatais e entrega do pré-sal. Todos esses ataques ocorreram de maneira tranquila para o governo e evidenciou que essa política, na verdade, é resultado de uma profunda confusão política que não leva a nenhuma luta ou barreira aos ataques.

Isto também se demonstrou no campo. Em quase um ano de governo Bolsonaro e pouquíssimas ocupações de terra não estão levando os trabalhadores a lugar algum. Somente a um maior agravamento dos ataques pois não há nenhum obstáculo a direita para impor sua política.

Diante dessa situação houve a destruição dos órgãos de assistência e implementação da reforma agrária, fim dos recursos para a agricultura familiar, entre muitos outros ataques. E isso não só ocorreu no campo.

Outra discussão é sobre a correlação de forças e a capacidade de mobilização. Segundo Stédile a situação não é favorável para a esquerda diante da força da direita e que não há capacidade de mobilização efetiva dos trabalhadores. “Essa é nossa capacidade imediata de mobilização, mas nossa base entende que a correlação de forças é adversa. Portanto, permanecemos em um tempo de espera. Não é o momento agora de confrontar diretamente o proprietário, porque isso pode resultar em uma violência em que os únicos que perdemos somos nós”, disse Stédile ao Sputinik.

A correlação de forças não é desfavorável para a esquerda. O governo Bolsonaro e a direita que deu o golpe em 2016 passa por uma enorme crise política, onde tiveram até que libertar Lula diante do receio da mobilização popular. A direita está profundamente dividida, tanto que a divulgação das conversas entre os procuradores da operação Lava-Jato e o ex-juiz Sérgio Moro no chamado Vaza Jato mostra essa divisão, pois quem forneceu as mensagens para o sítio The Intercept não foi a esquerda e sim setores da direita descontentes com o andamento da situação política.

Somente em 2019 houve grandes manifestações que mostraram a capacidade e disposição da mobilização da população e dos trabalhadores que ajudou na crise dentro do governo Bolsonaro.

A declaração de Stédile omite que há um enorme repúdio a Bolsonaro e a sua política criminosa. No Brasil nem os institutos de pesquisas da burguesia, que sempre manipulam as informações, conseguem esconder a impopularidade de Bolsonaro. É perceptível que a há uma enorme oposição ao governo e se juntar um grupo de pessoas, manifestações, shows, atividades culturais que Bolsonaro passa a ser hostilizado.

Na América Latina a situação é ainda mais acentuada. A população do Equador, Chile, Bolívia, Venezuela, Uruguai e Haiti estão nas ruas em repúdio a golpes de estado, políticas neoliberais e parlamentes capachos do imperialismo. Por que no Brasil seria diferente?

Quanto a ser um momento que se deve evitar o confronto com os latifundiários pois quem tem a perder são os trabalhadores sem-terra também é falso, pois essa situação já ocorre onde os trabalhadores do campo, indígenas e quilombolas são abatidos como animais só que sem reação desses movimentos.

A base dos movimentos sociais tem uma grande disposição de luta que tem que ser estimulada, não para uma política de conciliação e de eleições, mas para ir as ruas derrotar Bolsonaro e seu governo de latifundiários.

Há uma enorme crise dentro do governo e a situação política em toda a América Latina demonstra que é possível enfrentar a direita e governo fascistas. O erro da esquerda, e nesse caso entre a direção do MST, é impor a política de resistência que, no fundo, revela uma imobilidade e um apoio total a política de frente ampla com setores que deram o golpe de Estado em 2016, como PDT, PSB, PSDB entre outros.

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