Na última quinta-feira (1º de agosto), a Polícia Militar do Mato Grosso do Sul realizou uma ação de despejo de cerca de 500 indígenas do povo Kinikinau do território da Fazenda Água Branca, localizado no município de Aquidauana, MS. Os indígenas haviam feito a retomada de seu território durante a manhã, após muitos anos de reivindicação junto ao governo. Mas à tarde, foram surpreendidos por dois ônibus e um helicóptero da PM, que invadiram a área sem ordem judicial, a fim de retirar a população de lá por meio da força.
Segundo relatos dos indígenas, os policiais invadiram a área por trás da sede no momento em que os anciões descansavam e as crianças brincavam, atirando bombas de gás lacrimogêneo. “Chegaram para tentar machucar e humilhar o povo”, nas palavras de um dos Kinikinau.
Toda a operação foi arquitetada por Odilon Ribeiro (PSDB), prefeito de Aquidauana e primo da ministra da agricultura do regime golpista, Tereza Cristina. O prefeito diz em uma mensagem de áudio atribuída a ele e que circula pelo whatsapp: “Já me pediram aqui dois ônibus pra levar 90 policiais militares, e já tem uns 40 lá, então vão tirar ou por bem ou à força”.
O povo Kinikinau havia sido expulso desse território há 100 anos pelo governo da época e espalhadas por aldeias pelo estado do MS, para que as terras fossem entregues ao agronegócio. Desde então, eles nunca tiveram terras que pertencessem a eles, vivendo sempre de favor em terras de outros povos.
Essa situação mostra que a ascenção de Bolsonaro e a extrema-direita golpista ao poder possibilitou aos latifundiários uma melhor organização para poderem massacrar os indígenas e outras populações do campo. O avanço do bolsonarismo vem colocando às claras essa política de guerra contra o povo em todas as áreas e é preciso que haja uma organização para combater o governo. Devem ser feitos comitês de auto-defesa no campo e deve-se organizar o povo para a luta pelo Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula.