No final do mês de Setembro desse ano, uma mulher foi presa e agredida no interior de uma delegacia em Bonito, cidade do interior do estado de Mato Grosso do Sul. A agressão teve suas imagens reveladas nesta segunda-feira dia 23. Nas imagens podemos ver a mulher sendo empurrada já algemada contra a cadeira da recepção da delegacia, além de socos e pontapés contra a vítima desarmada e indefesa. A agressão só cessou quando uma policial separou o agressor da vítima.
A mulher foi primeiramente presa sob a acusação de desacato, ameaça e embriaguez. Como já dissemos anteriormente, crimes como desacato e similares só servem para promover o encarceramento das mulheres que procuram denunciar seus agressores, o que demonstra o caráter fascista e inimigo da mulher da polícia militar. Além do que reforça o caráter de controle e repressão da população que pode ser contida a qualquer momento com justificativas vagas. É assim que a burguesia e a direita controlam a sociedade.
A agressão nesse caso se deu por uma tenente da polícia militar de Bonito contra uma mulher de 44 anos da região, ou seja, longe de ser um suposto mal treinamento do policial, a agressão foi cometida por um tenente, um comandante na hierarquia militar. Essa e outras características demonstram que não existem policiais mal treinados para tratar com a população mas, que existem policiais muito bem treinados nas artes da contenção, repressão e genocídio da população. É por isso que a Polícia Militar, assassina da população pobre, preta e das mulheres deve acabar. Devemos lutar ativamente pelo fim da polícia militar.
É claro que, para tanto, precisamos desmascarar a demagogia da inserção feminina nas corporações. Como explicado antes, tal prática é mais uma tática para legitimar a violência contra as mulheres no âmbito policial, por isso, devemos ser contra iniciativas como a “Ronda Maria da Penha” que buscam atender aos casos de violência contra a mulher. A política da polícia militar só poderá ser uma: a de repressão contra a população, em especial a população pobre e negra. Portanto, devemos defender ativamente nas ruas a dissolução da polícia militar e da “Ronda Maria da Penha”.
Mais do que nunca é necessário lutar pelo fim da Polícia Militar assassina e da Ronda Maria da Penha, da repressão policial excessiva que recaí sobre as mulheres pobres e negras e suas famílias. Precisamos lutar pela organização política e de auto-defesa da mulher, pelos direitos fundamentais e reivindicações essenciais, como o fora Bolsonaro e todos os golpistas.