MS: Bolsonaristas colocam fogo em casa de reza de liderança Guarani

No dia 10 de julho mais um incêndio criminoso de bolsonaristas em terras indígenas demarcadas foi denunciado, dessa vez, por meio do sítio do Conselho Indigenista Missionário.

O crime ocorreu na manhã de segunda-feira, 8 de julho, destruindo a casa de reza Guarani Kaiowa, de uma importante liderança da região, na aldeia Jaguapiru, uma das duas que compõe a reserva de Dourados/MS .

Segundo Flávio Vicente Machado, missionário do Cimi regional Mato Grosso do Sul “A queima de casas de reza é uma violência simbólica e religiosa contra os Guarani e Kaiowá já de muito tempo. Ela tenta minar não só o poder espiritual, mas também o poder político que está vinculado àquele ambiente.”

A Casa de reza de seu Getúlio e dona Alda era uma referência cultural e política de resistência e de luta para os Guarani e Kaiowá e sediou inúmeras assembleias e encontros nacionais desses povos e desde 2006 vem sofrendo ameaças justamente por causa do seu papel de liderança.

Desde o golpe de Estado os ataques às demarcações de terras indígenas vem aumentando e o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro acentuou essa política incentivando latifundiários e evangélicos a agirem de todas as formas possíveis para inibir a organização política e cultural desses setores.

Desde fraude eleitoral a política bolsonarista procura se impor quer seja pelas vias institucionais como as não institucionais. Por um lado controlando o INCRA por meio do Ministério da Agricultura, o qual tem a frente a ministra ruralista, Tereza Cristina (DEM-MS), a FUNAI por meio de um general, e a extinção de órgãos representativos e constitutivos de indígenas como o FPCondisi-Fórum dos Presidentes dos Conselhos Distritais de Saúde Indígena e a tentativa de extinção do próprio SESAI. Por outro, intensificando a ação criminosa e assassina de jagunços ligados aos ruralistas e evangélicos contra as reservas indígenas de todo o país.

Os latifundiários, inimigos das demarcações e da reforma agrária, que sempre tiveram os povos indígenas e o enfraquecimento de suas tradições seus alvos, agora encontraram apoio na política bolsonarista para aumentar literalmente o seu poder de fogo.

Diante dessa situação não se pode alimentar dúvidas sobre o caráter político desses crimes, não se trata de um “crime de intolerância religiosa”, mas de uma ação orquestrada de retaliação, intimidação e tentativa de assassinato de lideranças indígenas.

São milhares de vidas sob a ameaça de morte, de fome e de desemprego pelos bolsonaristas e a única forma de barrar essa ofensiva é a unificação das lutas de todos esses setores para colocar abaixo o regime golpista pelo Fora Bolsonaro.

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