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A posição dos morenistas

O MRT sem programa e sem alternativa para a Bolivia

Aliados do PST argentino, responsabiliza o MAS pelo golpe e apresentam como "solução" a assembleia constituinte junto com o nacionalismo burguês

Em meio a um enorme enfrentamento popular contra o golpe militar na Bolívia, liderado pelas organizações dos explorados (em sua imensa maioria dirigidas por setores ligados ao partido de Evo Morales, o MAS (Movimento para o Socialismo), uma série de grupos de esquerda pequeno burguesa que se destacaram nos anos anteriores por negarem a existência de uma política golpista por parte do imperialismo, por se recusarem a lutar contra o golpe ou até por apoiar o golpe como se fossem “rebeliões” populares que levariam à revolução e quem sabe ao socialismo, agora, se lançam a dar “conselhos” e orientações para a luta real dos trabalhadores bolivianos e de outros países que enfrentam os governos de direita e o imperialismo.

Alguns desses grupos, como o PSTU, ratificam sua posição pró-imperialista apoiando a deposição do governo da esquerda nacionalista (com todas as suas profundas limitações)  eleito pelo povo boliviano, colocando-se – de fato – do lado dos gorilas que deram o golpe militar para fazer a vontade do imperialismo na região.

Outros, como POR, adotam uma posição ultra-sectária, se negando a lutar contra o golpe, usando como pretexto supostos erros do governo Evo, sua política de conciliação com a direita golpista, dentro e fora da Bolívia e suas ilusões no processo eleitoral e no próprio imperialismo, como se viu na aceitação da mediação da OEA, um verdadeiro mistério das colônias dos EUA, depois de ter vencido as eleições com ampla maioria.

Com aparência esquerdista, mas adotando  a forma mais centrista da política do POR boliviano, de forma menos radical e mais direitista, mas como o mesmo eixo politico, temos os setores vinculados ao MRT (Movimento Revolucionário dos Trabalhadores), ex-LER/QI, no Brasil, e ao PTS, na Argentina.

Enquanto o POR diz que a revolução está acontecendo contra o Evo Morales e defende uma política semelhante à do PSTU, contra Dilma, o “fora todos” (Nem Evo, nem a direita”) propondo de forma abstrata um “governo dos trabalhadores”, sem apresentar na situação concreta, como se daria a luta para derrotar a direita e chegar a tal governo, o MRT, de forma mais tímida (covarde) apresentam discretamente que são contra todo o mundo e defendem, também de forma abstrata, uma assembleia constituinte, como “fórmula” diante da crise.

Assim em sua declaração da Liga Obrera Revolucionaria da Bolívia (LOR-CI), que anunciam estar distribuindo na Bolívia, se dirigem ao ativismo, majoritariamente ligado ao MAS, afirmando:

“..repudiamos esse golpe e nos unimos ativamente à resistência que vocês lideram. Acreditamos que o MAS também é responsável por esse cenário, porque a direita reacionária recuperou força graças a muitas de suas políticas e hoje eles entregaram o país ao bloco civil, policial e militar, sem terem lutado”. [grifo nosso]

Intervém no movimento para culpar as vítimas, mostrando claramente que não querem levar adiante nenhum luta real, mas apenas estabelecer um julgamento moral e reacionário, que responsabiliza os que sofrem o golpe, limpando a barrado dos verdadeiros algozes do povo boliviano.

Adotam um “receita” a Assembleia Constituinte, como fazem todos os grupos ligados ao PTS argentino, afirmando

Está na hora de nós, a classe trabalhadora e os camponeses, os povos indígenas, nos organizarmos por uma saída dessa crise política, que realmente responda aos nossos interesses, os dos setores mais pobres. Não podemos confiar nos partidos burgueses do regime, que já nos mostraram quem eles representam. Não esqueçamos quem são aqueles que, sob qualquer governo, nos reprimem e matam, como já fizeram: não podemos confiar no comandante das forças armadas, em Kaliman, nos militares ou na polícia. Agora devemos promover mais do que nunca uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, que, ao contrário de 2008, represente a grande maioria da população pobre.”

Na Bolívia, como em todos lugares – de acordo com o MRT/PTS e outros modernistas – a solução é a assembleia constituinte. da mesma forma que o “governo dos trabalhadores”, a proposta não estaria errada em abstrato, mas o fato é que se desconsidera a necessidade de derrota não só do próprio golpe militar, mas também da superação do próprio nacionalismo burguês, uma vez que uma assembleia constituinte nos marcos do regime burguês passa pelo nacionalismo burguês e estaria limitada à sua politica. Somente se esse nacionalismo for ultrapassado- o que só pode ocorrer pela evolução da experiência politica das massas, por meio da sua mobilização revolucionária contra o imperialismo, o que estaria colocado é a revolução, não uma constituinte.

A diferença é entre o que está colocado imediatemente e que está colocado como plano de fundo estratégico. Uma assembleia constituinte nesse momento passa pelo MAS, não é, portanto, uma alternativa.

O que é necessário é defender uma mobilização revolucionária que pressione pelos interesses dos trabalhadores, o que – nesse momento – passa necessariamente por uma frente única com o nacionalismo burguês contra o imperialismo; contra a qual eles são contra e evita claramente ao responsabilizar o MAS pelo golpe que sofreram, como amplos setores da esquerda pequeno burguesa fizeram – e continuam fazendo – no Brasil, em relação à Dilma Rousseff, Lula e ao PT,

Além dessa política centrista, do ponto de vista politico, os modernistas adotam a defesa da “auto-organização da classe trabalhadora, camponeses, indígenas, estudantes e setores populares,”, e não a defesa da construção de um partido operário, revolucionário; assumindo uma posição de tipo anarquista.

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