O Ministério Público Federal (MPF) desenterrou do aquém e do além uma ocorrência no Enem de 2014, no estado de Mato Grosso e denunciou seis jovens que fizeram a prova naquele ano por fraude.
O pretexto utilizado pelo MPF foi de que as pessoas denunciadas teriam tirado notas muito similares, com grau de semelhança de mais de 70%. De acordo com o Ministério Público, tais fatos seriam praticamente impossíveis de acontecer normalmente, já que devido ao método de notas aplicado no Enem o peso das questões varia, o que tende a dar notas diferentes para as pessoas, sendo raras as vezes onde elas coincidem.
Outro ponto levantado pelo MPF seria de que os mesmos acusados não seriam da localidade onde a prova foi realizada, tendo vindo de fora e supostamente as fraudado.
Independente do que diz a denúncia, certos pontos precisam ficar claros a respeito dessa campanha do ministério público na caça por supostas “irregularidades’ que teriam acontecido nas provas do Enem. O primeiro é que esta campanha, que visa investigar o funcionamento de programas que garantem direitos ao povo vem da direita, e representa uma forma de destruir os direitos do povo, decidir quando lhe convir se este ou aquele direito deve ser garantido aos cidadãos. Ou seja, é uma campanha de destruição de direitos e de perseguição contra o povo.
Além disso, vemos que o MPF supostamente seria um órgão constitucional, criado em tese justamente para defender os direitos democráticos do povo brasileiro. Contudo, com a postura adotada pelos golpistas, o MPF vem realizando uma verdadeira caça as bruxas nos programas sociais brasileiros, incluindo o Enem, o que não é nenhuma novidade, visto a participação decisiva do MPF e do judiciário em geral na operação Lava Jato e toda a articulação golpista..
Regulando quem deve ou quem não deve entrar na universidade, o ministério público cria um estado de não garantia dos direitos democráticos. Pegar casos isolados no país e utilizá-los como forma de perseguição sistemática é uma política de praxe dos direitistas, que já perseguem as supostas irregularidades em programas como Bolsa Família.
A campanha do MPF precisa ser denunciada pela esquerda como uma campanha reacionária, direitista e a serviço do golpe para perseguir a população. Não interessa se houve ou não houve supostas irregularidades, o dever do Ministério Público não é perseguir as pessoas e sim garantir que seus direitos prevaleçam, algo cada vez muito longe da realidade em que vivemos.