Envolvida em uma sequência de tragédias ambientais e sociais, entre as quais os rompimentos das barragens de Mariana, em 2015, e Brumadinho, em 2019, ambas em Minas Gerais com saldo total de centenas de mortos, a Vale segue atuando como bem entende no território nacional.
A gigante empresa do setor de mineração, chamada inicialmente Vale do Rio Doce, foi construída por décadas como um empreendimento estatal brasileiro e entregue ao capital estrangeiro pelo “Príncipe da Privataria” Fernando Henrique Cardoso durante o frenesi privatista que serviu entre outras coisas para sustentar a paridade artificial entre o Real e o Dólar.
Agraciados por decreto do ilegítimo presidente Jair Bolsonaro que incluiu a mineração como “atividade essencial”, os capitalistas da Vale mantiveram a empresa funcionando a pleno vapor, retirando o direito ao isolamento social de milhares de trabalhadores e elevando assim o risco de contaminação de comunidades inteiras.
Ao mesmo tempo em que avança sobre territórios de comunidades tradicionais, mantém barragens com risco de rompimento e expõe seus trabalhadores e suas famílias à pandemia da COVID-19, a Vale manifestou nesta semana interesse em patrocinar os três maiores clubes do futebol mineiro, América, Atlético e Cruzeiro.
O Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) denunciou duramente a tentativa da empresa em melhorar sua imagem pública através de investimentos milionários em propaganda, tentando se passar por uma “empresa cidadã”.
A denúncia destaca a popularidade do futebol entre a população e repudia a associação desta paixão nacional com uma empresa que viola sistematicamente os direitos dos seus trabalhadores: “Nossas camisas não serão manchadas por essa mineradora que tem sangue e destruição em suas mãos. Fora Vale!”
É preciso repercutir esta denúncia e repudiar as manobras demagógicas dessa verdadeira máquina de destruição. Os setores mais politizados das torcidas devem se posicionar e rechaçar a tentativa de utilização dos seus times de coração para limpar a imagem dos vampiros capitalistas que seguem lucrando com a Vale.