Organizações ligadas ao movimento negro entregaram nesta quarta-feira, 12 de agosto, um pedido de impeachment contra o atual presidente golpista, Jair Bolsonaro. Este já é o 56° pedido de afastamento de Bolsonaro encaminhado à Câmara. Visto como um aliado por vários setores da esquerda que defendem a chamada “frente ampla”, o presidente golpista da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, declarou que “não há qualquer embasamento para a abertura do processo contra o atual presidente”.
No texto elaborado pelas organizações do movimento negro são citados por exemplo, a banalização de Bolsonaro em relação à pandemia do coronavírus. O presidente ilegítimo chegou a declarar: “E daí?” quando o Brasil atingira a cifra de 7000 mortos pela doença. Do mesmo modo, quando país chegou à marca macabra de 100 mil mortos, Bolsonaro disse que era necessário “tocar a vida”.
São destacados também os crimes de responsabilidade de Bolsonaro, o qual atacou o isolamento social e saiu várias vezes sem máscara para cumprimentar apoiadores.
A ação do movimento negro é legitima e representa um passo, ainda que pequeno na atual situação, na direção da derrubada do governo golpista de Bolsonaro. No mês de maio, o PT e outras organizações de esquerda também entregaram um pedido de impeachment unificado na Câmara.
É preciso destacar também que pela primeira vez na história o movimento negro apresenta um pedido de impeachment contra um presidente.
A chamada Coalizão Negra por Direitos conta com 600 entidades e instituições de todo o país, além do apoio de intelectuais e artistas como Rapin Hood, Emicida, Sueli Carneiro, Douglas Belchior, Chico Buarque, o cineasta Fernando Meirelles, entre outros.
Após esta etapa importante, é necessário agora aprofundar a luta pela derrubada do governo golpista nas ruas, além da defesa da vida do povo negro, contra o coronavírus e contra a violência policial.
Mesmo o país estando sob a pandemia, e mesmo com as medidas de isolamento social que diminuíram a circulação de pessoas, a Polícia Militar bateu recordes de número de mortos em todo o país. Exemplo disso foi a PM de São Paulo, a qual bateu um recorde histórico de pessoas assassinadas nos primeiros meses do semestre anterior.
Todos os dias algum caso de morte provocada pela PM ocorre, como por exemplo, o caso do jovem Rogério Junior, de apenas 19 anos, morto pela polícia enquanto andava de moto, no bairro de Sacomã em São Paulo, para comemorar seu aniversário.
É preciso, portanto, levantar um programa de reivindicações do povo preto, ou seja, defender o Fim da Polícia Militar e a organização dos Comitês de Auto-defesa, para responder à altura à violência policial e também às provocações da extrema-direita contra os negros.