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A volta do DOI-CODI nas salas

Movimento estudantil deve combater a militarização das escolas

Alunos e professores devem reagir imediatamente e barrar a ofensiva da extrema-direita.

O ministro da Educação Abraham Weintraub divulgou nesta quarta-feira (26) a lista das escolas que serão transformadas em instituições nazifascistas, pelo programa cívico-militar. Segundo o relatório do Ministério da Educação (MEC), Sergipe, Espírito Santo e Piauí não aderiram ao programa e os municípios interessados “não tinham contingente suficiente de militares na reserva para participar do modelo.”

A proposta do governo de extrema-direita que tomou o Brasil pelo golpe de estado, é usar as Forças Armadas em funções administrativas e na gestão nas escolas com o objetivo de melhorar os resultados das avaliações educacionais. Porém, se pegarmos os exemplos dos ministérios do governo atual, ou, indo mais além pela nossa história (que a direita odeia falar sobre), na Ditadura Militar de 1964, vamos concluir que essa ação nada tem de melhora para a sociedade civil. O que se visa fazer aqui é controlar as ações e mentes dos jovens, e, se preciso, criar prisões dentro das prisões que já são as escolas, para torturar que se opor aos métodos hitleristas do governo Bolsonaro.

Aqui vale lembrar que há pouco tempo, o Ministro da Cultura fez uma propaganda oficial em nome do governo, com referências abertamente nazistas, pois essa é a doutrinação política do governo que disse que iria acabar com a “doutrinação marxista”. Agora vemos a finalidade do golpe: instalar o nazismo e calar a oposição pela força da chibata!

Sobre os números:

54 escolas de todo o país participarão do “projeto piloto”, sendo que cada escola vai receber R$ 1 milhão para implementar o projeto, de acordo com o MEC.

Mas o Brasil não estava falido?

É claro, para construir cadeias, locais de tortura para os alunos indisciplinados, estrutura de guerra dentro das escolas, é preciso de dinheiro do povo.

Para especialistas, o investimento é demasiado alto, pois, aqui se considera que esses mini quartéis abrangeriam uma pequena parcela da população.

O MEC finge defender um “pluralismo pedagógico”, mas nós sabemos que isso tudo é demagogia. O presidente falar abertamente que a esquerda deve ser extinta, logo, essa medida é mais um passo contra Paulo Freire, contra as organizações de grêmios estudantis autônomos dos alunos, de sindicatos de professores.

Os números finais do governo que homenageia Pinochet e Ustra, é ofertar 216 escolas cívico-militares no país até 2023, o que, é óbvio, a população não irá aceitar e levará a um enfrentamento gigantesco.

Casos de abuso já existentes:

Há diversos casos de abusos, agressões, prisões, espancamentos nas escolas fascistas já existentes.

No Distrito Federal, a direção militar pintou toda a escola de uma cor, apagando desenhos dos alunos e artistas de região. Os alunos, frente a essa agressão, imediatamente se organizaram com a sociedade civil e começaram a desenhar novamente a arte do ex-presidente sul-africano, Nelson Mandela, por ex.

No mesmo DF, o Secretário de Educação, Rafael Parente, foi exonerado por ser contra a implantação deste modelo, demonstrando a ditadura militar que vem se implantando no governo federal e nos estados.

Um professor de geografia, Wellington Divino Pereira, de 39 anos, foi afastado do cargo que ocupava no Colégio Estadual Militar Américo Antunes, em São Luís dos Montes Belo, no centro de Goiás. O motivo foi ter discordado do slogan do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

Somando-se ao avanço fascista, o Congresso Nacional promulgou no dia 3 de julho de 2019, uma emenda que faz um acréscimo ao parágrafo do artigo 42 da Constituição (sobre as forças militares dos Estados, Territórios e Distrito Federal), permitindo a dupla função para os militares, policial e professor.

Dos casos que acontecem fora das escolas, mas que servem para compreender como acontecera dentro dos muros, temos o caso de Guarulhos. Continuando em sua ofensiva apoiada por setores de direita e de extrema direita, com setores representativos da escória da sociedade, como o grupo Direita São Paulo e MBL, foi apresentada na Câmara Municipal, o projeto Escola sem Partido. E onde deveria ser a casa do povo, a GCM se utilizou de extrema violência e reprimiu os servidores públicos.

Em outro caso, um professor de português do Espírito Santo (ES) foi levado à delegacia por supostamente ter agredido verbalmente uma colega de trabalho. Em discussão informal com colegas, o professor estava mostrando um vídeo em que Bolsonaro pede aos alunos denunciarem os professores que estiverem falando de política, como forma de fortalecer as milicias de extrema-direita a favor da censura e do mesmo Escola Sem Partido. O professor, se utilizando de seu direito constitucional – que deveria existir, mas que depois do golpe vemos que foi extinto -, frisou que era um absurdo a política apoiada por Bolsonaro, denunciou que ele era um fascista e que todos seus eleitores também. A conversa foi interrompida por uma professora, que não estava participando da discussão, que bateu na mesa e mandou pararem de conversar sobre política. A professora acionou a Polícia, e em alguns minutos policiais chegaram para levar o professor de português para a delegacia. Uma verdadeira ditadura em uma escola que não é cívico-militar.

O último caso que devemos citar aconteceu no último dia 18, onde, em um vídeo divulgado nas redes sociais, vemos um grupo de policiais militares agredindo alunos de uma escola estadual na região do Rio Pequeno, Zona Oeste de São Paulo. As imagens eram claras, os PMs invadiram a instituição e golpearam os estudantes com socos, chutes, gravatas, rasteiras, linchamentos quando os jovens já estavam imobilizados. Um dos policiais, inclusive, saca uma arma e aponta para os alunos, ameaçando disparar.

 

Construir Comitês de auto-defesa nas escolas:

A esquerda, que não tem política para chamar o “Fora Bolsonaro”, mesmo frente a ditadura mais escancarada, não ficar somente na luta parlamentar. Para combater e derrotar os ataques da extrema-direita, é preciso ir além. É preciso formar comitês de solidariedade e de luta, de auto-defesa, em todos os sindicatos de professores e também nas próprias instituições de ensino, a fim de realizar um enfrentamento na prática, com mobilizações coletivas nas escolas para demonstrar o apoio aos professores e o repúdio à extrema-direita. E, assim, expulsar os fascistas de todos os estabelecimentos educativos, porque eles são os maiores inimigos da educação.

Os estudantes, professores, pais, junto a outras categorias, devem combater urgentemente essa medida tomando as ruas e parando o país em uma greve geral por tempo indeterminado. É uma medida de guerra do governo contra o povo, de imposição ideológica, e ainda mais após os militares chamarem seus fascistas para atacarem o Congresso no próximo período.

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