Vivemos um momento de enorme polarização política em que a direita adota medidas cada vez mais mais autoritárias para massacrar o povo. Por sua vez, a população se vê encurralada e, mesmo diante da pandemia do coronavírus, não vê outra alternativa que não irem às ruas. Enquanto o presidente do país, o fascista Jair Bolsonaro, adotava medidas genocidas dizendo serem inevitáveis as mortes pelo vírus, grande parte da esquerda brasileira permanecia em casa de quarentena. Os sindicatos fechados e as organizações populares inertes.
Nos últimos dias, vimos torcidas organizadas de times de futebol saíram às ruas para confrontar os fascistas que aproveitaram a imobilização da esquerda e se assanharam em manifestações grotescas a favor de uma ditadura contra o povo. Hoje esses fascistas estão acuados graças a protestos de pequenos grupos em que o PCO se incluía, e que mais recentemente ganhou o reforço das torcidas organizadas e movimentos antifascistas.
Vendo a situação de confronto nas ruas, a esquerda pequeno-burguesa tratou logo de fechar um acordo com o que há de mais inescrupuloso e aberrante na política nacional: a direita que pariu Bolsonaro. Nomes como Luciano Huck, Maria Alice Setúbal (Banco Itau) e FHC, entre vários outros. Entraram nessa onda nomes da esquerda como Flávio Dino e Fernando Haddad. Lula ficou de fora e ainda criticou o movimento amplo. Tal acordo dessa esquerda com a direita “cheirosa” não serve aos propósitos populares, mas apenas para salvar nomes que essa direita não possui para as próximas eleições. A história demonstra que nos momentos decisivos em que é inevitável que se assuma posições a direita pula fora de acordos desse tipo e corre para apoiar a ditadura fascista.
Nesse cenário em que torna-se inevitável um confronto de forças políticas antagônicas, inclusive a nível mundial com a enorme crise nos EUA após o assassino de George Floyd em Minneapolis, nomes do esporte nacional assumem posições políticas e mostram que principalmente o futebol, esporte mais popular do país, tem um vínculo estreito com os acontecimentos políticos da sociedade como um todo. As torcidas organizadas são parte do proletariado que vivem nas periferias das grandes cidades. Elas começam a se manifestar nas ruas de forma contundente porque entenderam que não há outra forma, seja via parlamento ou judicialmente, de combater os fascistas que estão se armando e falando em endurecer o regime contra a população pobre.
Um movimento está sendo criado pró-democracia e inclui esportistas como Raí, irmão de Sócrates e hoje dirigente do São Paulo, Joanna Maranhão, nadadora, Casagrande, ex integrante do movimento Democracia Corinthiana e Grafite, ex jogador de futebol negro. Nesta semana o Corinthians publicou um vídeo anti-racista em que exalta ex-jogadores negros e se posiciona claramente contra a discriminação racial: “O racismo mata e destrói famílias no Brasil e no mundo. Não se cale. Nós nos importamos com essas vidas. Por isso, somos Corinthians. Vidas negras importam”.
A direita não tem popularidade entre a população trabalhadora e pobre. É uma ilusão que parte da esquerda teve após a fraude do último processo eleitoral e que levou essa esquerda a ter posições parecidas com as de extrema-direita pintando de verde e amarelo símbolos antes vermelhos. Não há mais como ter ilusões desse tipo. O povo cansou e é preciso mobilizar nas ruas por Fora Bolsonaro e Todos os Golpistas! Eleições Gerais já!