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A frieza dos assassinos

Mourão defende os policiais que mataram Agatha: Fora Bolsonaro!

Mourão é um estrategista. Ele sabe que o regime golpista está em risco. E ele tem clara noção de qual é este risco: que os morros tomem as ruas do país.

Hamilton Mourão, vice-presidente de Bolsonaro, veio a público nesta segunda-feira (23) para cumprir suas obrigações de bom fascista que de fato é: defender os assassinos da criança Ágatha Félix, de oito anos, que a fuzilaram no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (20).

A menina Ágatha compõe hoje o triste grupo das vítimas mirins dos fascistas que tomaram o poder através da fraude eleitoral de 2018.

Mais uma morte que traz a todos a certeza de que ninguém mais pode se esquivar da tarefa histórica de acabar imediatamente com os governos Bolsonaro, Witzel, Zema, Doria entre outros tantos que empunham as armas do Estado contra o próprio povo, principalmente os mais pobres, vulneráveis e oprimidos.

O assassinato de Ágatha é algo completamente inaceitável e injustificável. Nenhuma explicação oficial poderá diminuir a dor que qualquer pessoa normal sente ao se deparar com o fuzilamento bárbaro de uma criança.

Agatha

Mourão sabe disto. Mas sabe também que a dor de toda uma população tende a rapidamente se transformar em ódio, revolta e rebelião.

O assassinato de Ágatha traz à luz tudo o que o combalido e ilegítimo governo Bolsonaro não quer e na verdade sequer tem condições de suportar, diante do contínuo estado de crise e instabilidade que vive desde que tomou posse, há pouco mais de nove meses.

Mourão e a defesa dos porcos fascistas

Por isso, o vice de Bolsonaro se viu obrigado a voltar à carga com a estratégia típica das hienas fascistas: colocar a culpa na vítima. A culpada não é a polícia nem o Exército fascistas. A culpa da morte de Ágatha é da população pobre e oprimida da favela.

“O Estado tem que fazer as suas operações e procurar de todas as formas possíveis a segurança da população. Eu comandei tropa que operou no (Complexo do) Alemão e na Maré, e o narcotráfico coloca a população na rua e atira contra a tropa. Então, ele (narcotráfico) coloca em risco a própria gente que habita aquela região”

Nenhuma operação “do Estado”, como diz Mourão, jamais trouxe nem uma gota sequer de “segurança da população”. A realidade é totalmente o contrário. As armas e balas da burguesia somente trazem medo e insegurança à população pobre de todo o Brasil.

E segurança da população, é óbvio, nunca esteve entre as preocupações daqueles que levaram tanques de guerra, fuzis, metralhadoras em helicópteros, para atacarem a qualquer um dos morros do Rio, com farta distribuição de tiros para todos os lados.

Mas como era de se esperar, para toda brutalidade há sempre uma boa desculpa.

Mourão coloca a culpa no narcotráfico. O mesmo que as próprias Forças Armadas deram todo o apoio para ser criado na época da ditadura de 64, onde se inclui toda a cobertura política e jurídica para que os primeiros chefões do tráfico tivessem plena liberdade para construírem a logística necessária, com rotas, locais de armazenamento e recrutamento da população pobre, principalmente nas favelas do Rio, para a distribuição do varejo.

“Elas (narcoquadrilhas) têm força de apoio… Aquela que varre a rua depois do confronto, aquela que diz que quem atirou foi a polícia, independente da investigação que tenha sido feita, é aquela que dá sustentação logística, é o fogueteiro que avisa que a polícia chegou”, disse. “Infelizmente, a gente tem que reconhecer que determinados lugares do Brasil se vive uma guerra. E aí acontecem tragédias dessa natureza.”

Não é guerra, é genocídio

Para o cinismo deste defensor de assassinos, mortes como a de Ágatha devem ser reduzidas a meras fatalidades do destino, e o estado de contínuo ataque à mão armada às populações pobres brasileiras, deve ser mascarado como uma “guerra”.

Mas guerra pressupõe um mínimo de igualdade entre dois campos de luta.

Matar pessoas indefesas, usando o que há de mais poderoso em termos de armamento, com tropas treinadas e equipamentos de guerra, inclusive cometendo atos que até mesmo em guerras reais seriam considerados crimes, voltando toda esta imensa máquina de violência contra gente sem nenhuma condição de contra-ataque, totalmente refém do Estado, não se trata de uma guerra, mas sim de um massacre, um genocídio. É a estratégia de controle social brutal, à sangue, que a burguesia leva avante contra a população pobre brasileira.

Ninguém mais deveria confiar armas nas mãos da burguesia

A burguesia faz a sua propaganda tentando convencer que as armas não devem estar nas mãos da população, mas somente do Estado – que é comandado pela burguesia.

Muita gente, principalmente da classe média, acaba caindo nessa, mas quando casos como o de Ágatha acontecem, percebemos que a realidade é justamente o contrário do que a propaganda burguesa diz.

Na verdade, ninguém deveria confiar em conceder armas aos opressores e exploradores do povo.

É certo que eles farão absolutamente de tudo, sempre, para continuarem a massacrar a todos nós, sem nenhum tipo de receio a não ser de que as massas se levantem para colocar um fim na extrema injustiça em que vivemos.

O que devemos aprender diante das mortes que se espalham no Rio e em todo o país é que as armas devem estar nas mãos do povo, principalmente o mais pobre, o da favela, o dos bairros operários, o das periferias. Esta é a única forma de impôr um freio à sede de sangue da burguesia: colocar os opressores sob a mira de nossas armas.

Enquanto o falso pacifismo do oprimido for a política que dominar as massas, veremos casos como Ágatha se reproduzindo em série, e as justificativas do Mourão, de que está tudo certo, de que a culpa é da população, do crime, do tráfico etc, não deixa qualquer dúvida sobre isto.

O que Mourão teme é o Fora Bolsonaro

Mourão, ao contrário de Bolsonaro, é um estrategista. Ele sabe que o regime golpista está em risco. E ele tem clara noção de qual é este risco: a possibilidade iminente de que os “morros” do Brasil – os bairros populares e operários, as favelas, as ocupações, os camponeses sem terra – “desçam” por assim dizer e tomem o “asfalto”, tomem as ruas, levantem-se em massa contra o governo golpista e coloquem para fora o governo Bolsonaro, e façam isto já.

A população do Alemão ameaçou descer para o asfalto. Houve manifestações em que a dor já se transformava claramente em revolta. Uma revolta no Rio pode incendiar o Brasil inteiro que não aguenta esse golpe descendo o chicote, sem pena, no nosso povo, nem mais um dia.

Por isso Mourão levantou a cabeça e tenta dar ares de normalidade para o bárbaro fuzilamento de Ágatha. Não foi por outro motivo que a fraude de 2018 foi preparada pela invasão das Forças Armadas nos morros do Rio de Janeiro.

O Fora Bolsonaro já tomou conta do pais, e o morro, que tem força para de fato derrubar o governo, ameaça descer já faz algum tempo. Presos nas favelas à base de bala de fuzil e tiros de helicópteros, confusos com a propaganda cínica e assassina de um pascifismo de oprimidos, os companheiros dos morros ainda não se organizaram o suficiente para que isto aconteça.

Uma explosão que precisa acontecer já, imediatamente, para que sejam as palavras de ordem, o Fora Bolsonaro – e não mais e mais vidas de crianças pobres das favelas – que impulsionem o povo até a derrubada desta direita assassina que ainda está no poder.

E é esta explosão o que Mourão e toda a sua corja mais temem.

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