A crise do sistema capitalista e o permanente desemprego, estimado oficialmente em 13,2 milhões de pessoas no país, trouxe à tona relações de trabalho marcadas pela mais absoluta instabilidade, precariedade e pela super-exploração. As leis aprovadas pelo governo golpista de Michel Temer (MDB), tais como a “Reforma” Trabalhista que destrói os direitos previstos na CLT e a lei das terceirizações gerais e irrestritas aprofundam a exploração da força de trabalho. A destruição da economia nacional, promovida pela Lava-Jato e pelo imperialismo, cria uma situação onde dezenas de milhões de pessoas não conseguem se inserir no mercado de trabalho formal.
A grave situação do país leva ao extremo de pessoas que, na falta de uma oportunidade para se inserir no trabalho social produtivo, acabam sendo empurradas para o trabalho “por conta própria”. É o caso do aluguel de carros por aplicativos de transportes. A pessoa aluga um carro de um aplicativo de transportes por um valor semanal, que pode ser de aproximadamente R$ 450,00. Para conseguir pagar o aluguel, motoristas de Uber trabalham até a exaustão, 14 horas por dia. Há relatos de motoristas que trabalharam por dois dias seguidos até dormirem no volante e baterem o carro. Vale destacar que se o motorista dormir e bater o carro, o concerto do veículo é de sua responsabilidade.
Os donos dos aplicativos não produzem nada, não participam do trabalho, mas lucram bilhões de reais na Bolsa de Valores. Já os trabalhadores “por conta própria”, correm risco de morte no trabalho e se exaurem na tentativa de sobreviver. A burguesia considera esse tipo de trabalho como uma forma de “empreendedorismo”, isto é, o trabalhador se exaure na tentativa de sobreviver e vive marcado pela insegurança e instabilidade.