Da redação – Na última quarta-feira (17), o ex-presidente do Peru Alan García se matou quando a polícia foi até sua casa para prendê-lo. Eles cumpriam um mandado relacionado a um caso envolvendo a construtora brasileira Odebrecht. Era um desdobramento internacional da Lava Jato, operação que fechou o mercado externo para a construção civil brasileira. Alan García preferiu dar um tiro na própria cabeça a ser conduzido pelos policiais. Antes de se matar, o ex-presidente deixou uma carta.
A carta foi lida por sua filha Luciana durante uma cerimônia fúnebre na sexta-feira (17). Alan Garcia declarou-se inocente: “Não houve nem haverá contas, nem subornos, nem riquezas, a história tem mais valor que qualquer riqueza material”. E alegou que preferia se matar a permitir que se armasse um “circo”: “Vi outros desfilarem algemados resguardando sua miserável existência, mas Alan García não tem por que sofrer essas injustiças e circos”.
Alan Garcia também afirmou que se tratava de uma armação montada por todos seus adversários políticos: “Deixo para meus filhos a dignidade das minhas decisões, a meus companheiros um sinal de orgulho e meu cadáver como uma mostra do meu desprezo para meus adversários, porque já cumpri a missão que me impus”.
Antes desse desfecho, Alan Garcia chegou a pedir asilo político para o Uruguai, mas teve o pedido negado pelo governo de Tabaré Váquez.