A ação dos bombeiros para controlar os acidentes também foi prejudicada pelas inúmeras barricadas em chamas que os manifestantes montaram nas ruas da comuna.
O estopim dos protestos foi a morte de um artista de rua, identificado como Francisco Martínez Romero, 25, em um incidente no coração daquela cidade da região de Los Lagos.
As versões indicam que o homem foi solicitado pela polícia para uma verificação de identidade de rotina, mas por motivos obscuros um dos homens uniformizados começou a atirar, momento em que o jovem correu contra ele e foi baleado quase à queima-roupa, recebendo quatro projéteis em seu corpo, o que causou sua morte no local.
Protestos foram gerados imediatamente no centro da cidade contra as ações violentas da polícia, cuja delegacia foi sitiada por algumas pessoas enquanto outras atacavam os prédios oficiais.
Os Carabineros disseram que os soldados agiram “em legítima autodefesa”.
A imprensa noticiou daquele território que o Ministério Público iniciou uma investigação correspondente em conjunto com a Brigada de Homicídios e o Laboratório de Criminalística da Polícia de Investigação (PDI).
Por sua vez, o prefeito de Los Ríos, César Asenjo, lamentou a morte do jovem e informou que o ministro do Interior, Rodrigo Delgado, ordenou aos Carabineros todas as informações para esclarecer o fato.
As imagens multiplicadas pelas redes sociais do momento em que o policial atirou no jovem também geraram fortes reações na oposição, e o senador independente Alejandro Guillier escreveu no Twitter que “uma polícia corrupta e um governo deslegitimado que não quer intervir fazem nos prejudicar como um país”.
A ex-candidata à presidência Beatriz Sánchez garantiu que os Carabineros “não resistem mais” e que é necessária uma refundação urgente dessa instituição.
Por sua vez, a deputada socialista Emilia Nuyado exigiu que o ministro do Interior e o diretor dos Carabineros dessem explicações ao país e exigiu o fim da violência policial e da impunidade.
Também foram registrados protestos em Concepción e outras localidades em repúdio às práticas violentas das forças policiais, situação que essa instituição vem se arrastando desde o levante social de outubro de 2019 e durante o qual houve centenas de denúncias de violações de direitos humanos.