Morreu nesta quarta-feira (28) o secretário executivo da Federação Sindical de Trabalhadores Mineiros da Bolívia (FSTMB), Orlando Gutiérrez. O sindicalista sofreu um atentado fascista ocorrido no dia 22, um linchamento cometido por diversas pessoas, que agrediram Gutiérrez até deixa-lo severamente ferido. Após as agressões, o homem foi internado na clínica Cemes, na capital La Paz, onde veio a óbito.
Sua advogada Nadesha Guevara, denunciou na rede de televisão ATB, de La Paz, que a clínica não permitiu o seu acesso ao cliente. “Precisamos de avaliações médicas forenses, podemos estar diante de um possível crime e precisamos tomar todas as medidas judiciais cabíveis neste momento” afirmou Guevara, que em agosto, chegou a solicitar medidas cautelares para o líder sindical na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), pelas “constantes ameaças de morte” a Gutiérrez.
Segundo nota da FSTMB o assasinato de Gutiérrez foi uma represália à luta contra o “regime de ditadura do governo antipopular de transição” da Bolívia, o governo golpista de Jeanine Añez. “Gutiérrez e sua família receberam muitas ameaças de morte nas redes sociais por parte da direita, que ao se verem derrotados nas urnas na eleição do domingo de 18 de outubro, em seu desespero recorrem a esta atitude de violência totalmente antidemocrática, agredindo covardemente ao nosso companheiro dirigente”.
O ex presidente Evo Morales e o atual eleito Luis Arce, pelo MAS manifestaram suas condolências a Gutiérrez, através da rede social Twitter. “Expresso meu profundo pesar pela partida física do irmão Carlos Orlando Gutiérrez Luna (Q.E.P.D.). Grande dirigente mineiro que sempre defendeu os interesses do povo boliviano. Minha solidariedade com a família neste difícil momento, os acompanhamos em sua dor”, escreveu Arce.
“Com profunda dor, tomei conhecimento sobre o falecimento do companheiro Orlando Gutiérrez, um jovem, valente e comprometido dirigente mineiro da histórica FSTMB e militante do ‘Proceso de Cambio’. Meus pêsames e solidariedade com sua família”, escreveu Evo Morales.
Fica demonstrado neste episódio entre tantos outros a necessidade de mobilização e organização da classe trabalhadora para sua autodefesa, de modo a impedir ataques dessa natureza. Os trabalhadores não podem contar com a burocracia do Estado burguês para prover sua segurança, devendo, como a experiência comprova, contar com suas próprias forças para tal.