Morreu nessa quarta-feira, o ex-goleiro argentino Edgardo Andrada. “El gato”, como era conhecido, morreu aos 80 anos no seu país de origem e não teve a causa da morte divulgada.
Nascido em Rosário em 1939, Andrada iniciou sua carreira no time Rosário Central, onde foi goleiro titular entre 1960 e 1969. Sua atuação no time, o levou a ser convocado para a seleção da Argentina, na Copa América de 1963.
Em 1969, chegou ao Brasil para vestir a camisa do Vasco. Ano que ficou marcado para o jogador. No dia 19 de novembro, com o Maracanã lotado, Andrada não conseguiu defender o pênalti cobrado por Pelé, que anotaria pela milésima vez. Enquanto o “Rei” comemorava seu milésimo gol, o argentino dava socos na grama e não escondia seu incômodo cada vez que falavam sobre o assunto.
Ainda no Vasco, Andrada disputou vários campeonatos e conviveu com nomes como: Roberto Dinamite, Ademir, Jorginho Carvoeiro e Zanata.
Em 1977, o argentino retornou ao seu país de origem e vestiu a camisa do Colón por alguns anos, até pendurar as luvas em 1983.
Anos depois, em 2007, o ex-goleiro voltou ao futebol, como preparador de goleiros do time no qual ele iniciou sua carreira, Rosário Central.
Essa nova fase foi interrompida por ser descoberto que Andrada teve seu passado ligado à ditadura argentina. Depois de se aposentar, em 1983, ele contribuiu com o PCI (Pessoal Civil de Inteligência), órgão que reunia civis para agir na espionagem e repressão do governo de extrema-direita que assolava a Argentina na época. Acusado de ter participado da execução de dois militantes políticos, Osvaldo Agustín Cambiaso e Eduardo Pereyra Rossi, Andrada foi dispensado do Rosário Central.
Em fevereiro de 2012, o juiz federal Carlos Villafuerte Ruzo absolveu Andrada, por falta de provas, mesmo ele sendo identificado por vítimas da ditadura argentina.