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Moro não queria investigação contra FHC nem “de mentirinha”

O Intercept Brasil publicou nesta última terça-feira (18) novas conversas entre Moro e Dallagnol, onde continuamos a ver toda aquela avacalhação criminosa do golpe da “Lava Jato” em ação, mas agora com um novo elemento – apesar de velho conhecido do povo brasileiro: alguém como Fernando Henrique Cardoso, um servo fiel da burguesia imperialista, não precisa nunca se preocupar com a Justiça. Juízes e promotores farão sempre tudo para não “melindrar” esse tipo de gente, não importam os crimes que eles venham a cometer.

Novamente o país foi informado que Moro e Dallagnol, como se fossem bons amigos em uma conversa de botequim, combinavam seus movimentos na Lava Jato, tratando agora sobre a conveniência ou não de levar avante uma ação penal contra FHC pelo caixa 2 descoberto pelas investigações.

E não era coisa pouca: o Intercept aponta que foram pelo menos nove as delações que envolveram o tucano, e tudo muito bem acompanhado de provas.

Mas no caso de Fernando Henrique, Moro, sempre durão com Lula, agora vai pegar leve: “Acho questionável [ingressar com uma ação] pois melindra alguém cujo apoio é importante”.

E o “melindre”, neste caso, não se tratava nem ao menos de uma ação penal séria, para valer. Dallagnol levou a Moro um caso que serviria apenas para passar uma conversa no povo brasileiro, para fingir que a Lava Jato era imparcial.

A discussão entre julgador e acusador era toda sobre fazer essa jogada de pura propaganda golpista, usando um crime já prescrito – que passou do tempo máximo permitido em lei para ser investigado pela Justiça.  A questão era se valeria a pena fingir uma “investigação” contra o figurão do PSDB, que no final, todos sabiam que não ia dar em nada. A ideia poderia ser até mesmo chegar ao final do processo e dizer que FHC, ao contrário de Lula, teria provado a sua “inocência”.

Mas havia um probleminha, e aí é que está o “melindre”. O nosso príncipe tucano provavelmente não teria apenas aquele caixa 2 prescrito em sua bagagem de crimes. Quem poderia garantir que a investigação desse crime placebo não poderia acabar esbarrando em outros crimes de verdade, não prescritos, como lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e até mesmo novos caixas 2?

E realmente a preocupação de Moro tinha razão de ser. O Intercept mostrou também que o “glorioso” FHC tinha uma lista de depósitos em seu favor, dinheiro recebido mensalmente da Odebrecht através de sua fundação, e que totalizavam a singela quantia de R$ 975 mil.

Ou seja, quase um milhão de reais de provas. As provas que tanta falta faziam nos casos de Lula, no caso do “melindroso” FHC, eram claras, diretas e conclusivas. Imaginem as piruetas e acrobacias jurídicas que seriam necessárias para, ainda assim, absolver o professor Cardoso.

Já antevendo tudo isto, Moro optou por não “melindrar” FHC, aconselhou o Ministério Público neste sentido, e seu conselho foi prontamente acolhido pelos diligentes acusadores de Lula.

E se o aspecto “melindre” já é revelador, o que se pode dizer sobre a outra metade dessa frase primorosa de Moro, uma belíssima síntese do golpismo brasileiro? Ou seja, por que o apoio desse “alguém” seria assim tão importante?

Quem recebe quase um milhão de reais em “doações” da burguesia, e isto em apenas um ano, obviamente é alguém muito importante para a classe social dominante. Como Moro e os golpistas da Lava Jato também são servos dessa gente, o apoio de Fernando Henrique naturalmente é fundamental para eles.

Não tem muito segredo: a Lava Jato foi feita sob encomenda para colocar Lula na cadeia e chantagear políticos que eventualmente não atendam fielmente as ordens da burguesia imperialista – as poderosas corporações empresariais, principalmente norte-americanas, que estão acostumadas a percorrer o mundo submetendo a todos ao seu poder.

No caso brasileiro, era imperativo destruir os fundamentos da nossa economia, impor o desemprego ao nosso povo, retirar um governo popular do poder e impedir que outro fosse eleito, tudo para possibilitar o assalto descarado de nossas riquezas, do nosso patrimônio, incluindo empresas como a Embraer, Correios e Petrobras, além de reduzir o nosso povo todo a um amontoado de escravos, suando de sol a sol para encher ainda mais os bolsos dos banqueiros, principalmente os dos bancos falidos dos EUA.

O problema é que esse plano tinha um efeito colateral: não iria somente atingir o povo trabalhador, acabaria afetando gravemente setores da burguesia nacional, alguns inclusive representados por políticos do PSDB.

Ou seja, este era principalmente o mal que Moro queria evitar no início: perder o apoio de setores da burguesia, situação que levaria a um inevitável enfraquecimento da Lava Jato.

Mas não teve jeito: a operação golpista acabou não só melindrando, mas atacando frontalmente esta burguesia nacional, e isto é que hoje leva a uma imensa oposição desse setor contra a operação golpista, uma contradição que abre todo um campo de luta para o povo.

O enfraquecimento inevitável da Lava Jato representa uma crise terminal do golpe.

Por isso, o momento agora é da esquerda explorar com toda a força as fragilidades dessas contradições da burguesia, não só expondo o saque evidente que a Lava Jato representa para todos os trabalhadores brasileiros, ou demonstrar que Moro, Dallagnol e companhia não são mais do que verdadeiros traidores do nosso povo, mas principalmente é a hora exata de colocar em marcha uma ampla mobilização popular nas ruas pela liberdade de Lula, exigindo a anulação de todos os seus processos, e a imediata liberação do ex-presidente, para que possa concorrer a novas eleições já e para derrubar Bolsonaro e todos os golpistas.

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