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“Moro mente” é distracionismo, a luta é pela liberdade de Lula

Segunda-feira (19) foi realizado um ato contra o ex-juiz Sérgio Moro na faculdade de direito da USP, a faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo. O ato reuniu a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, o candidato do PT à presidência em 2018, Fernando Haddad, e o presidente da UNE, Iago Montalvão, sob a palavra de ordem “Moro mente”, ilustrada por uma faixa em que Moro aparece com um nariz de Pinóquio.

O ato reuniu centenas de pessoas no Salão Nobre da “Sanfran” e denunciou, mais uma vez, que Moro passou por cima dos direitos de Lula para persegui-lo, condenando o ex-presidente sem provas para atingir um objetivo político. Foi essa condenação que justificou a prisão política de Lula, que já dura mais de 500 dias. Nesse sentido, a iniciativa de realizar atos para reforçar a campanha contra a prisão de Lula sempre deve ser saudada.

 

No entanto, a palavra de ordem “Moro mente” é confusa. A qual ação política ela chama, além de constatar o fato, a essa altura amplamente conhecido, de que Moro perseguiu Lula de forma ilegal condenando-o sem provas, em conluio com a própria acusação? Essa mera constatação, embora seja um elemento importante para a mobilização dos trabalhadores contra a farsa judicial que levou à prisão de Lula, não leva automaticamente a uma mobilização contra a perseguição ao ex-presidente. É preciso, portanto, que haja um chamado mais claro.

Um chamado, por exemplo, como se faz com a palavra de ordem Liberdade Para Lula! Um exigência clara de que Lula seja imediatamente solto. Os processos são uma farsa, portanto Lula deve ser solto. Essa conclusão precisa ficar explícita, e motivar uma exigência concreta. Simplesmente dizer que os processos são uma farsa dá margem à confusão política. Além disso, é necessário exigir que todos os processos contra Lula sejam anulados, porque ficou demonstrado que existe uma perseguição política contra ele dentro de um Judiciário dominado por direitistas.

A fala de Haddad

Outro aspecto que precisa ser colocado sob foco é a fala de Fernando Haddad durante o ato. O ex-prefeito de São Paulo fez uma denúncia contundente da perseguição sofrida por Lula, porém restringiu sua análise do que aconteceu a um quadro meramente eleitoral. Segundo Haddad, Moro “inventou provas para que Lula não participasse das eleições”. E continuou nos seguintes termos: “o mandato do lula foi roubado pelo Sérgio Moro, foi roubado pelo Bolsonaro, e foi roubado antes pelo Moro do que pelo Bolsonaro”.

De fato, a prisão de Lula foi fundamental na fraude eleitoral de 2018 (da qual a esquerda deveria ter se recusado a participar com outros candidatos). No entanto, ela vai muito além dessa questão eleitoral, e seria preciso esclarecer a audiência presente no ato que essa perseguição continua agora, está se tornando muito mais abrangente (incluindo uma condenação do próprio Haddad) e tem o objetivo de esmagar a esquerda e as organizações dos trabalhadores, para que a população não tenha mecanismos para impedir os ataques do governo Bolsonaro. É por isso que a defesa de Lula é uma questão vital para o movimento operário.

Haddad também acabou alimentando uma crença muito exagerada no Judiciário durante sua fala, ao caracterizar a situação como uma intimidação da qual o Judiciário precisaria ser libertado, seria preciso “libertar o Judiciário da intimidação”. No entanto, amplos setores dentro do próprio Judiciário fazem parte do mecanismo bolsonarista de perseguição à esquerda. Haddad afirmou que “o Supremo tem que declarar a inocência do Lula, é o que estamos reivindicando”. Mas pelo menos três ministros do STF já apareceram alinhados à Lava Jato nas mensagens vazadas pelo Intercept.

A saída para derrotar essa perseguição não pode passar pela crença no Judiciário. A única força capaz de impor um fim a essa perseguição é a mobilização dos trabalhadores nas ruas. E essa mobilização precisa acontecer em torno de uma exigência muito clara: Liberdade para Lula! Pela anulação de todos os processos.

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