Faça sol ou faça chuva, o paulista que reside na Região Metropolitana de São Paulo terá de lidar com a Sabesp, que agora sob a administração do governo Doria traz uma novidade para esse início de outono chuvoso. Como se não bastasse a catástrofe do racionamento na região metropolitana de São Paulo devido à não construção de reservatórios. Agora os moradores de São Bernardo, Embu das Artes e Diadema têm de lidar com a água amarelada, barrenta e com cheiro de ovo podre fornecida pela concessionária de serviço público.
Moradores das cidades tem tido problemas com a utilização da água até mesmo para tarefas domésticas, já que é nitidamente não potável. O cheiro residual da água a torna imprópria para a lavagem de vasilhas e copos, assim como sua turbidez causa o amarelamento irreversível das roupas que também guardam o mau cheiro independentemente do uso de sabão e alvejante.
A resposta da Sabesp é um escárnio com a população, resume-se a dizer que ocorreu um extravasamento da represa do Rio Grande para a represa Billings. Fato que de acordo com esta, não ocorria desde 2013. Trata-se, portanto, de um transtorno raro, que conseguiu acrescentar um toque de “ferro e manganês” à já conhecida a qualidade da água da Billings.
Não anuncia medidas para evitar que novos incidentes ocorram com as próximas chuvas e consegue superar a torpeza de qualquer vilão de filme hollywoodiano:
“Não há risco de contaminação”, mas recomenda “o descarte da água que estiver com cor até que a questão seja solucionada”.
Por que descartar água que não há risco de estar contaminada?
O descarte das caixas e caixas d’água contaminadas até que a “questão seja solucionada” terão seus custos assumidos pela concessionária?
Obviamente que o conluio entre a direita em todos os níveis, pois neste caso não há ministério público, OAB, juiz, força tarefa nem delegado geral que aja pelo interesse da coletividade, não só obriga a população a se servir de água imprópria para o uso até que esta se esgote naturalmente pelo consumo, como recomenda aos insatisfeitos que simplesmente descartem a água se assim desejarem, assumindo completamente o ônus, sem qualquer contrapartida, isenção ou desconto que seja, sendo esta contabilizada na conta de água do mês seguinte.
Fica clara a política dos governos de direita e das empresas privatizadas por estes, o capitalismo em sua sede de lucro, por descaso traduzido no sucateamento da infraestrutura herdada do erário, gera secas localizadas nas periferias, gerencia estações de bombeamento de forma a terem funcionamento intermitente em locais estratégicos, se aproveita de extravasamentos previsíveis e não remediados para economizar fornecendo essa mesma água contaminada e não tratada, o que seja, tudo é oportunidade e vira lucro para os acionistas das concessionárias, enquanto isso, governador lava as mãos com água Perrier na catacumba do Palácio dos Bandeirantes.