Apesar da discrição com que a imprensa burguesa trata os massacres policiais às minorias, uma colunista da Globo denunciou em sua própria rede social a “necropolítica” do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Ao contrário de setores que tentam minimizar o genocídio a moradores pobres, inclusive jovens e crianças de colo – ou o que é pior, daqueles que acreditam que o povo da favela quer policiamento ostensivo em sua região – Flávia Oliveira também denuncia que se tratam de assassinatos cometidos pela polícia.
Os moradores e organizações populares das favelas cariocas estão organizando campanhas de financiamento coletivo para pagar o enterro de parentes assassinados, a exemplo de Kelvin Gomes. É a triste política imposta por um bolsonarista e acolhida por direções da esquerda pequeno-burguesa, sob o bonito discurso de que “não podemos passar a mão na cabeça de bandido” ou “não podemos fugir do debate sobre a segurança pública.”
Pelas redes sociais os moradores têm conseguido organizar um enterro digno para estas mortes, que não podem passar em vão. Também são feitas campanhas de arrecadação de fundos para financiar advogados que defendam a comunidade. Entretanto, é preciso ter clareza que o Judiciário não tem feito mais do que “dourar a pílula” e está controlado por reacionários da mesma estirpe de Witzel. As comunidades precisam organizar a própria defesa, gerando um custo cada vez mais alto para o regime. Fascistas tentam governar pelo medo e só são vencidos pelo força.