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Moradores de rua passam fome em meio a pandemia

Moradores de rua em SP sofrem com a fome devido ao abandono do Estado e de supostas entidades de caridade.

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro pede jejum e ajuda do “papai do céu”, os moradores de rua de São Paulo e das demais cidades do país passam fome. Em reportagem recente, a golpista Folha de São Paulo, observando a gravidade do que está ocorrendo, denuncia situação em que essas pessoas estão submetidas.

O frei Diego Melo, para a reportagem, afirma que a demanda por quentinhas triplicou nos últimos dias e que ONGs, coletivos, instituições de caridade e pastorais “desapareceram” por medo da contaminação do vírus.

O aumento da demanda por quentinhas tem três causas principais: o aumento do número de moradores de rua, o aumento do desemprego e a diminuição da renda dos trabalhadores.

Segundo o Censo da População em Situação de Rua em São Paulo, o número de moradores de rua na maior cidade do país aumentou 53% nos últimos quatro anos. Ainda tem de ser lembrado que 69% das pessoas em situação de rua são pretas ou pardas. Isso é claro reflexo das políticas racistas e neoliberais que vêm sendo implementadas no país, especialmente no período pós-golpe de 2016.

O desemprego corresponde, segundo o mesmo estudo, a 16% das causas que levam as pessoas à situação de rua. Como bem explicitou o companheiro Rui Costa Pimenta em sua coluna no Jornal Causa Operária nº1101, o desemprego deverá aumentar em mais 5 milhões de pessoas nesta crise causada pelo capitalismo somada ao Coronavírus, além dos 20 milhões já desempregados.

A queda da renda do trabalhador será inevitável dadas as políticas desumanas adotadas pelo governo federal, que permitem redução dos salários, suspensão de contratos de trabalho, além de dar uma verdadeira esmola aos trabalhadores enquanto bilhões são dados aos grandes capitalistas para que estes mantenham seus lucros. Cabe também lembrar que 40 milhões de brasileiros trabalham na informalidade e estarão em sério risco social.

Deste modo, a demanda por doações de alimentos tenderá a aumentar ainda mais nesse período de crise. Especialmente, se não houver mobilizaçao da classe trabalhadora para demandar melhores condições de trabalho e renda. À CUT e outras “centrais sindicais”, além de comitês populares organizados, cabe a tarefa de pressionar tanto patrões quanto o poder público por essas e outras demandas que venham a proteger a saúde, a renda e outros direitos da classe trabalhadora.

Os governos Dória e Covas aproveitam a situação para fazer demagogia com a população, numa tentativa de saírem como “heróis” dessa situação mesmo fazendo pouco ou nada.

Dória anunciou o aumento de 1,2 milhão de refeições por mês através Bom Prato Express até 1º de junho no estado de São Paulo inteiro. Ao leitor mais desatento isso parece ser uma grande ação, mas uma simples conta mostra que isso se trata de pura demagogia. Como o Bom Prato serve três refeições ao dia e um mês tem, mais ou menos, 30 dias, esse aumento no número de refeições atenderá por volta de menos de 14 mil pessoas. Como o estado de São Paulo possui mais de 20% da população do país, se o número de mais 5 milhões de desempregados durante a crise se confirmar, 1 milhão destes desempregados estará no estado de São Paulo. A situação torna-se mais crítica se contabilizarmos que cada trabalhador sustenta, ao menos, mais 2 pessoas. Assim, o número ínfimo de 14 mil pessoas atendidas parece ridículo perante a possibilidade de mais 3 milhões de pessoas em risco de fome.

O prefeito Bruno Covas promete a criação de seis serviços de acolhimento aos moradores de rua, onde um destes será voltado apenas para aqueles acometidos pelo Covid-19. A aparente boa ação do prefeito não passa de falsa propaganda de si mesmo. É bom lembrar que papel aceita tudo, especialmente o da imprensa burguesa para promessas da direita. Os moradores de rua não surgiram com a crise do Covid-19, eles estão aí há muito tempo. Sabendo que o vírus chegaria ao país, por que estes serviços de acolhimento não foram feitos antes? Até que fiquem prontos, muitos moradores de rua morrerão de fome, frio e doenças.

Fica claro, mais uma vez, que a política da direita não é resolver a crise, mas gerenciar a crisea um nível que não cause uma explosão social. Essa gerência da crise passa por tomar medidas meramente simbólicas. O PCO já denunciou este modus operandi da direita, especialmente no programa Reunião de Pauta nº469 de 03 de abril, onde a chamada foi “abrir covas é mais barato do que leitos em hospitais” (https://youtu.be/aeeXE23dV10).

Portanto, o problema dos moradores de rua e da classe trabalhadora, em geral, durante a crise do Covid-19 não se resolverá por meio de ações puramente demagógicas ou pela caridade, mas através de ações práticas e incisivas e a mobilização da classe trabalhadora. O PCO defende de maneira ferrenha que os recursos públicos sejam voltados ao serviço público de saúde e ao trabalhador em risco social ao invés de ir para o bolso de banqueiros e para salvar capitalistas falidos. Também defende o aumento do número de testes, a construção de abrigos para moradores de rua, a proibição das demissões e a criação de comitês populares para lidar com a crise nos bairros. Apenas pela pressão popular organizada estas demandas serão atendidas.

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