Ser pobre morando em uma favela do Rio de Janeiro é sinônimo de não ter direitos. Provavelmente a Polícia Militar de São Paulo seja mais violenta, mas o que temos assistido no Rio de Janeiro é um aumento no nível de violência policial. PMs, mesmo sem mandado, sem autorização, invadem as casas, ameaça, espanca, prende, quebra, mata e não se tem notícia de punição ou investimento para mudar o perfil violento, assassino, da PM.
Em vídeo recente, um morador do Complexo da Penha (RJ) relata, mostrando imagens da casa, como trataram a residência do cidadão, revirando toda a casa, incluindo o quarto das filhas pequenas e o quarto do casal, destruindo armários e, mais ainda, roubaram um violão e cerca de R$ 2.000,00 ‘desapareceram’.
No vídeo o morador, indignado, questiona o governador do estado, Wilson Witzel, sobre a ação da polícia e sobre o prejuízo causado a ele, que não poderá pagar o aluguel do mês. O fato é que os ataques do fascista Witzel ao povo carioca só aumentam, principalmente contra os moradores das favelas. A política de repressão que veio com um aumento do poder ‘dado’ à PM, reiteradamente reafirmado pelo governador, tem representado, de um lado, dor e violência e, de outro, mais ódio e revolta dos cidadãos.
É impossível que moradores da favela apoiem essa política e tenham algum apreço pela Polícia Militar. Há a percepção comum de que a corporação não serve para proteger o cidadão pobre, mas, ao contrário, de que é um órgão de repressão do Estado para esmagar o povo pobre e negro.
Tem-se visto iniciativas de criação de associações, de ONGs atuando junto a comunidades, mas o de que precisam é criar e organizar comitês de autodefesa para impedir esse tipo de ação fascista e repressiva.
É ilusão acreditar que um fascista no governo do Estado, que tem uma tara por snipers mirando e atirando para matar quem bem entendam ser ‘bandidos’, que acha correto metralhar as favelas usando helicópteros, que tem como ‘política de segurança’ comprar mais armamentos, e que considera um efeito colateral inocentes serem mortos nos tiroteios promovidos pela PM, como vingança a mortes de seus membros, que ele se importe com a sorte dos moradores das favelas.
Contra fascista não tem argumento, a autodefesa é recurso legitimo, urgente e necessário. A Polícia Militar tem que ser dissolvida, extinta. É um mal que vai continuar provocando morte e dor para o cidadão pobre. A história tem mostrado que a associação entre a polícia, as milícias e até mesmo com os traficantes é mais comum e perigosa do que se gostaria de admitir. O fim da PM é o mínimo que devemos desejar, não há salvação para essa polícia, ela é violenta e assassina por principio.