Morreu, nesta terça-feira (01), em Alagoas (AL), um senhor de 64 anos vítima de COVID-19, segundo as estatísticas do hospital. Ele era portador de diabetes e hipertensão e portanto era identificado como grupo de risco. O estado de Alagoas contabiliza um total de 18 infectados, tendo com primeira a morte deste senhor, que não teve seu nome divulgado.
Seu filho, que preferiu ficar anônimo, denunciou a falta de suporte e abandono da saúde pública e da população brasileira pelo governo federal. Segundo ele, foi obrigado a socorrer o pai por três dias seguidos para a UPA de Jacintinho. Nos dois primeiros dias, foram diagnosticadas uma infecção na garganta somada a outra no pulmão, e aconselhado a passar a quarentena isolado em casa. Somente no terceiro dia, quando os sintomas pioraram definitivamente, os médicos tomaram as devidas providências.
É válido destacar que o caso do idoso era um caso inquestionável de subnotificação. Pela idade de 64 anos, pelo histórico de doenças que assolam as defesas naturais do corpo e pelos sintomas apresentados, qualquer cidadão comum que tenha o mínimo de ciência das características do COVID-19 saberia orientar o quadro clínico do idoso.
O paciente morreu depois de ter passado por três pronto-socorros, que não resolveram a questão pela simples falta de condições de internação em UTI. Da UPA de Jacintinho, ele foi transferido para o Hospital Geral do Estado de Alagoas (HGE) e horas depois transferido para a UPA do Trapiche, em que veio a falecer.
É preciso perceber que, apesar de as estatísticas apontarem para que o motivo da morte tenha sido o vírus corona, as condições de suporte da saúde do idoso foram extremamente precárias. As orientações dos médicos não os responsabilizam pela morte do paciente, visto que se as condições de internação e suporte fossem adequadas, as orientações seriam, no mínimo, diferentes. Se um cidadão comum consegue entender a urgência de internação, o trabalhador da saúde teria a competência de notificar a situação.
A situação em que se encontra a saúde pública em Alagoas é a mesma de todo o Brasil, abandonada pelo governo ilegítimo e impopular de Jair Bolsonaro. A trajetória triste do senhor de 64 anos é um caso comum em todo o Brasil. Os relatos são de que as pessoas vão aos pronto-socorros para receberem o suporte e voltam para casa sem, ao menos, terem realizado o exame para o vírus corona.
Pensemos que, o sentido de estabelecer a política de isolamento social, estaria em identificar rapidamente os infectados e isolá-los devidamente. O isolamento a que estamos jogados é, na verdade, uma medida de desespero dos governos no Brasil que, por optar por não investir na saúde pública, deixam a classe trabalhadora nas mãos do patrões capitalistas, que se acham donos do direito à saúde da população.
Sabemos que o investimento na compra de testes foi uma medida de inteligência utilizada para controlar de maneira eficaz a pandemia, porém o governo golpista de Bolsonaro, que é inimigo dos trabalhadores, condena a população à morte com os ataques, através dos cortes, à saúde pública.
Portanto, é legítimo afirmar que o idoso veio a óbito não pela pandemia do vírus, mas pela política de destruição da saúde pública e de abandono da classe trabalhadora pelo governo golpista de Jair Bolsonaro.
Fora Bolsonaro!