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Fora Weintraub, Fica Bolsonaro

Montalvão acha que, sem Weintraub, Bolsonaro daria educação ao povo

Presidente da UNE defende a demissão de Weintraub por "barbeiragens" no MEC, mas não pede o Fora Bolsonaro, responsável pela política de destruição da educação.

O presidente da UNE, Iago Montalvão, em conjunto com Pedro Gorki, presidente da UBES, anunciou que os dois estão entrando na Justiça para responsabilizar o ministro da educação Abrahan Weintraub, pelos erros cometidos na correção das provas do ENEM 2019, que teve resultado divulgado no início da semana. Segundo Montalvão ação pede uma auditoria geral na correção das provas, uma investigação pela Polícia Federal sobre a atuação do presidente do INEP e do ministro, quanto à possibilidade de improbidade administrativa e uma ação civil pública para reparar danos morais aos estudantes afetados.

Pelo que se vê, a expectativa de Montalvão é que somente a Justiça repare os erros na aplicação do teste e dê aos milhares de alunos o acesso às universidades públicas. Uma saída que, obviamente não irá resolver o problema dos estudantes, pois essa é a mesma justiça que avaliza cotidianamente as atrocidades do governo Bolsonaro, que nada fez contra os cortes orçamentários das universidades, em que muitas tiveram que interromper suas atividades, a que permite o fim do programa de cotas e consequente exclusão de jovens pobres das universidades, etc. Ou seja, a justiça que defende os interesses da burguesia golpista que avança com a destruição da educação pública, com vias a entregar aos grupos educacionais privados.

O atual presidente da União dos Estudantes do Brasil afirma ainda:

“não se pode manter à frente do MEC, um sujeito que dá péssimo exemplo, não domina, sequer, a língua portuguesa e acumula casos de incompetência que demonstram sua total incapacidade de conduzir um ministério tão importante”

complementando: “se nenhum governo ou ministério está livre de erros, o que dizer desse ministério, tão desorganizado e com gente tão despreparada”.

Ou seja, para Montalvão o ministro Weintraub não pode permanecer no cargo porque é incompetente, não possui as qualidades necessárias para o cargo, devendo o seu chefe, o presidente “ilegítimo” Jair Bolsonaro, substituí-lo por alguém competente e adequado para o cargo. A afirmação demonstra que para o dirigente da UNE os problemas da educação no governo Bolsonaro são pontuais e tem origem no chefe da pasta, o que é um erro de diagnóstico político infantil, pois o primeiro ano do governo Bolsonaro foi suficiente para mostrar, na prática, aquilo que a esquerda não queria enxergar durante as eleições. Os ataques aos estudantes brasileiros é um programa do governo Bolsonaro, o qual aplica a mesma política de destruição em outras áreas do governo. Logo, não se trata de um problema de ministros, muito menos de suas qualidades técnicas, mas de um programa de destruição do país tocada por Bolsonaro.

Mais ainda, Montalvão defende somente a demissão do ministro “iletrado” por Bolsonaro:

“Defendemos a imediata demissão do ministro Weintraub e que se realize uma apuração independente sobre os problemas ocorridos, para que não reste dúvidas sobre a credibilidade e o futuro do Enem, assim como para solucionar o problema das notas individuais, de forma a não prejudicar nenhum estudante”

O pedido de Moltalvão é uma vergonha para a luta dos estudantes do Brasil, e para toda a população, pois pedir simplesmente a demissão de A. Weintraub, primeiro significa reconhecer que não há nenhum programa de destruição da educação pública brasileira, sendo suficiente pedir ao chefe do executivo que substitua o ministro por alguém adequado tecnicamente ao cargo. Segundo, é reconhecer que Bolsonaro além de não ter um programa de destruição da educação pode fazer ajustes no seu governo e corrigir todas as atrocidades que fez ao longo de 2019 e, terceiro, pedir a saída de Weintraub é simplesmente esconder a maior demanda da população brasileira, o Fora Bolsonaro, a palavra de ordem mais bradada pela população, pelas ruas, nos atos públicos, manifestações etc.

As ações de Montalvão em relação ao ministro da educação não estão desconexas, mas fazem parte da política de frente ampla levada pelo PCdoB e outros setores da esquerda, os quais tem como objetivo frear as manifestações populares contra o governo Bolsonaro, empurrar a luta somente para o terreno eleitoral e, justificando essa política covarde e criminosa contra o povo, se aliar aos setores golpistas da direita com o falso argumento de “única forma de enfrentar a extrema direita fascista”.

É preciso lembrar que, a política de frente ampla levada por setores da esquerda nacional como tábua de salvação, foi responsável no século passado por inúmeras derrotas da classe operária frente às investidas ferozes da burguesia, tendo como símbolo maior do seu fracasso retumbante, a derrota para os regimes fascistas na primeira metade do século, como na Alemanha, na França e na Espanha.

O Fora Bolsonaro, que está sendo rejeitado por estes setores da esquerda, é a palavra de ordem que concentra todas as demandas da população e, principalmente, deixa claro qual a origem de todos os ataques que a população tem sofrido. O problema não está em Weintraub, Paulo Guedes, no ex-secretário de cultura Felipe Alvim, mas na figura que sustenta todo esse esquema, Jair Bolsonaro.

Para pôr fim à destruição da educação pública, os estudantes devem tomar as ruas do país, em manifestações crescentes e constantes, unificadas às manifestações dos trabalhadores e ocupar universidades e escolas contra o fechamento, sucateamento e militarização, sob a bandeira do Fora Bolsonaro,

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