A indústria farmacêutica é uma das vertentes capitalistas que mais geram lucro no mundo inteiro. Não é comum a saúde pública de um país capitalista ser excelente e acessível ao mesmo tempo, tampouco grandes investimentos na prevenção de doenças são comumente vistas. Na pandemia do novo coronavírus (COVID-19) não foi diferente, mas surpreendeu com a disparidade a margem de lucros em relação ao ano anterior.
A empresa química e farmacêutica alemã Bayer AG registrou no primeiro trimestre de 2020, momento em que deu início à contaminação do covid-19, um aumento de 20% na margem de lucros em relação ao ano anterior. São 1,3 bilhões de euros (ou 9 bilhões em reais) para a conta da empresa, por conta do aumento da procura de produtos da empresa relacionados ao coronavírus.
O grupo da empresa teve um aumento de 5,7%, que representam 12,8 bilhões de euros (ou 78 bilhões em reais) de lucro em apenas três meses, no início da pandemia. O lucro líquido, excluindo os efeitos excepcionais (EBITDA), teve alta de 10,2%, que dão 4,4 bilhões de euros (ou 22 bilhões em reais) no primeiro trimestre, um aumento alarmante se comparado com o mesmo período do ano anterior. Outro ponto de crescimento, foi a divisão de saúde dos produtos da empresa, que teve alta de 13,5% em relação ao ano que antecede 2020.
Em divulgação à imprensa, a companhia farmacêutica explanou que não pode medir o impacto no mercado gerado pela pandemia do novo coronavírus, afirmando que muitas de suas medidas foram adotadas durante as ações relacionadas ao enfrentamento da doença, dando um caráter negativo aos impactos gerados. Mas não é bem assim que se vê, visto que as margens de lucro altíssimas apresentam uma outra realidade, que por alguma razão, a empresa tenta disfarçar na comemoração quando se trata da margem de lucros.
Os grandes monopólios capitalistas lucraram muito com a pandemia, e continuam lucrando. Esses laboratórios estão lucrando muito com as vendas de produtos nesse período de caos. Isso pode ser um enorme problema e pode estar dificultando e atrasando no encontro de alguma resolução, pois a indústria tem suas margens de lucro para se preocupar, algo que uma empresa capitalista leva mais a sério do que resolver problemas, mesmo se relacionado à saúde mundial. Existe um aproveitamento da crise pelos capitalistas, que enxergam a pandemia como uma grande oportunidade de negócios, fechando acordos com governos de todo o mundo.
O único regime possível de colocar a saúde pública antes das margens de lucro gerados pela economia capitalista seria dentro de um regime socialista. Apenas com a ditadura do proletariado é possível que isso aconteça, pois ela em si significa que o povo controla as riquezas por ela produzidas e destinará ao bem estar de todos. O povo trabalhador precisa ser visto e colocado antes de qualquer alta financeira, só assim não haverá qualquer proveito de empresas em cima da dor e sofrimento das outras pessoas.