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Especulação com a vida

Monopólios elevam preço das seringas e o povo que morra

Após um ano excelente, capitalistas especulando com a crise sanitária, evidenciando a urgência da expropriação dos monopólios o controle operário da produção

O presidente golpista, Jair Bolsonaro, afirmou nessa quarta-feira (6) que o fracasso na tentativa de aquisição de seringas pelo governo era culpa da indústria. Segundo Bolsonaro, a compra do produto está suspensa devido à especulação e deve durar até que “os preços voltem à normalidade”.

Nas redes sociais, Bolsonaro também compartilhou uma lista contendo diversos países e seus percentuais de vacinados até essa segunda-feira (4).

“Como houve interesse do Ministério da Saúde em adquirir seringas para seu estoque regulador, os preços dispararam e o MS suspendeu a compra até que os preços voltem à normalidade”, disse. O fascista informou que o Brasil consome 300 milhões de seringas por ano e que é também um dos maiores fabricantes do produto.

A solução de Bolsonaro para o problema -que é real-, é própria de quem não quer fazer nada além de demagogia porém diz muito sobre o estágio da luta de classes no País, cada vez mais acirrada.

Monopólio

O desabastecimento do suprimento de seringas não é algo novo. Noticiado há meses, já se sabia que o Brasil poderia chegar a absurda situação de conseguir a vacina para a mais letal pandemia em mais de um século, e no entanto, não ter meios de aplicá-la por falta desse insumo fundamental.

A indústria nacional de seringas produz, anualmente, 1,4 bilhão do produto, aproximadamente 120 milhões por mês. Contudo, chama atenção quantas empresas participam do processo: apenas três. Portanto, não é uma suposta incapacidade econômica que coloca o País em tal situação, mas o interesse político vigente.

A especulação com produtos relacionados à saúde pública, tal como denunciado pelo governo, é real. Sob tal monopólio, não é difícil para os capitalistas que dominam o setor determinarem o preço de seus produtos, que finalmente, já ultrapassaram a livre concorrência.

Isso fica evidente quando um panorama de completo caos na saúde pública em escala global, com a humanidade enfrentando a pior pandemia desde a Gripe Espanhola, com dezenas de milhões de doentes e centenas de milhares de mortos, é usado pelos capitalistas para inflar artificialmente os preços de seus produtos, garantindo uma lucratividade maior não por meio do incremento da produção mas pela mais escandalosa chantagem e especulação.

Interesses alheios à população

Ao longo de 2020, a exportação de seringas pela indústria nacional superou a marca de 200% em relação a 2019. Mais do que competência econômica, isto mostra uma ditadura da burguesia.

Controlando o regime político com mão de ferro, as fabricantes brasileiras influíram na política sanitária e de comércio exterior, exportaram livremente para o mundo inteiro, que compraram justamente para não sofrer riscos com seus próprios estoques em caso de necessidade, algo que em uma pandemia está longe de ser um cenário que escape ao planejamento.

Atendendo a estas empresas, o Brasil abasteceu o mundo enquanto desabastecia o próprio mercado. As empresas ganharam rios de dinheiro exportando com dólar nas alturas, a população seguiu morrendo aos milhares, e agora, com a urgência ocasionado pela política desorientada que produziu tamanhos desencontros, as empresas buscam aumentar ainda mais suas margens sob a base da pirataria contra a população.

Controle operário da produção

Estas situações decorrem dos interesses que permeiam a política geral, e também do controle da produção, sobretudo de itens onde o monopólio capitalista já está estabelecido.

Em tais condições, as empresas podem tranquilamente combinar uma política de preços comum para manter os negócios bons para os capitalistas enquanto mantém toda a população refém de seus interesses.

Fruto de um mercado monopolizado, o caso das seringas, a chantagem criminosa feita pelos capitalistas que controlam o setor e a inércia do governo em fazer algo a respeito para garantir os estoques do produto demonstram, com muita clareza, a necessidade do controle operário sobre os meios de produção.

A Abimo (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos), se comprometeu a fornecer 30 milhões de unidades, segundo informe dado pela imprensa burguesa. Além de ser ridiculamente insuficiente para a demanda nacional regular, é preciso lembrar que o governo tentou comprar 331 milhões de seringas no leilão fracassado. O que os capitalistas se propõem a fornecer, portanto, é menos de 10% do que pretendia mesmo um governo tão desinteressado do próprio povo quanto o de Bolsonaro.

Obviamente, governo nenhum deve ceder à chantagem dos capitalistas que detêm o monopólio de um determinado mercado, seja qual for. Porém, quando se fala em saúde pública, a especulação feita pela burguesia é ainda mais criminosa.

A política correta, nesse caso e nos demais análogos, é a expropriação direta das unidades de produção, que devem ser entregues aos operários que a mantém funcionando e produzindo, para que sua administração atenda aos interesses populares.

Tendo tanto o conhecimento técnico quanto o interesse político necessários, só com a classe trabalhadora controlando a produção de insumos médicos-hospitalares a população poderá estar segura, sem encontrar-se refém da ganância dos capitalistas ou da inércia interessada dos governos.

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