Nesta segunda (04), a União Europeia anunciou que vai disponibilizar 1 bilhão de euros para financiar pesquisas sobre vacinas e tratamentos para o coronavírus.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu para que qualquer tratamento já desenvolvido contra o covid-19 seja colocado a disposição de todos. A Organização Mundial da Saúde disse que realizar o pedido de Guterres seria um enorme desafio.
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que seu país contribuirá com 500 milhões de euros a uma campanha mundial de arrecadação. A Espanha contribuirá com 125 milhões de euros. No último sábado, os casos de infecção já tinham superado os 1,5 milhão na Europa, que é o continente mais afetado pela pandemia, com pouco menos da metade do total de infecção do mundo.
O fato é que esses recursos serão transferidos para os monopólios da indústria farmacêutica, que vão ter lucros astronômicos com a crise. Estes monopólios não estão interessados em encontrar a cura, uma vez que seus lucros dependem da existência da doença. Se eles pudessem resolver o problema, não teriam mais uma mercadoria para vender, o que seguramente os levaria à falência. É o que se diz para a questão da AIDS e a falta de interesse em encontrar a cura, pois a venda de remédios para os governos é uma fonte segura de lucros para os laboratórios.
O capitalismo já é um sistema completamente apodrecido. Para manter sua posição dominante, a burguesia tem que levar o mundo todo à miséria e à morte. Seu lucro depende de que milhões de pessoas não tenham condições de se verem curadas de uma gama de doenças. Nos países atrasados e semicoloniais da África, Ásia e América Latina, a situação é particularmente visível e dramática.
Em meio à pandemia do coronavírus, que levou a uma queda brusca na economia mundial, os governos capitalistas estão buscando salvar os bancos, as grandes empresas e os monopólios. No caso da UE, o verdadeiro objetivo da destinação de recursos públicos para a indústria farmacêutica é salvar os monopólios que estão sendo ameaçados pela situação. Isso demonstra, uma vez mais, de que não se trata de procurar uma forma de proteger a população da infecção e morte por coronavírus. Ao contrário, trata-se de salvar um sistema apodrecido e incapaz, mesmo nos países mais ricos e desenvolvidos – caso dos países europeus – de dar uma resposta satisfatória às necessidades de suas populações.
Longe de atenuar a luta de classes, como procura dizer a burguesia, a pandemia acentua os conflitos entre as classes sociais.