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Estádio Empresarial

Caso “Itaquerão”: o futebol controlado pelos monopólios

A venda dos "naming rights" do estádio do Corinthians acentua o processo de destruição das tradições do futebol produzidas pelas torcidas sem que sejam levadas em consideração

Nos primeiros minutos da última terça, o Corinthians anunciou a concessão dos direitos do nome do seu estádio, os chamados “naming rights”, para o conglomerado farmacêutico Hypera Pharma pelo valor de 300 milhões de reais.  De modo que durante os próximos 20 anos, o atual Itaquerão passará a ser chamado Neo Química Arena.

Este anúncio fez parte das comemorações organizadas pela diretoria corintiana pelos 115 anos de existência do clube. Comemorações realizadas em tempo de pandemia através de uma transmissão ao vivo pela internet que tiveram como atrações a queima de fogos de artifícios e o show da cantora Negra Li. Os apresentadores da transmissão foram o ator e duble de comentarista esportiva Dan Stulbalch, torcedor assumido do Timão, e o ex-goleiro Ronaldo Giovanelli, 602 jogos no gol mosqueteiro.

O dono da Pharm, Breno Oliveira, fez questão de estar ao lado do presidente do Clube Andrea Sanchez na retirada do pano que cobria a placa do estádio com o novo nome.  Contudo não ficou só nisso. Pois dentro da estratégia de divulgação para que a torcida aceite de bom grado ele não se esqueceu de citar o tamanho da torcida para justificar o contrato de patrocínio, “35 milhões de torcedores fanáticos, tem que ser o Corinthians. não tem outro time para fazer essa parceira”.

Além disso, a empresa contratou o principal horário de anúncio da Rede Globo para divulgar na televisão aberta o novo nome do Estádio. Segundo reportagem de Gabriel Vaquer do site UOL custa mais de um milhão de reais para ser o único anúncio de 30 segundos após a apresentação dos assuntos que vão ser abordados no Jornal principal da emissora da Família Marinho, a chamada escalada de noticia do dia.

Este tipo de anúncio é chamado no jargão publicitário de “Golden Break”. Tudo indica que é uma ação para que as organizações Globo quebre a regra de não mencionar os nomes de empresas em programas esportivos e transmissões mesmo que estes nomes estejam nos nomes dos estádios ou dos times. Por isso que o estádio do Palmeiras é citado como Arena Palmeiras ao invés de Alianz Parque e a empresa de energéticos não é citada quando o “Massa Bruta” é mencionado ou joga. Sendo uma das patrocinadoras das organizações Globo a Hypera Pharma entende de não vai sofrer este apagamento.

Segundo a apuração do site UOL Esporte o valor do contrato vai servir para abatê-la a misteriosa divida que o clube tem com a Caixa Econômica Federal para a construção do Estádio. Uma divida em torno de 536 milhões de reais segundo o banco enquanto o clube afirma que é em torno de 470 milhões. Esta diferença esta sendo discutida na justiça, mais precisamente na 24ª Vara Civil Federal de São Paulo.

Tanto o debate sobre qual seria divida real do clube em relação ao estádio como o desprezo dos capitalistas e dirigentes esportivos com os desejos e sentimentos dos torcedores e tradições do futebol revelam o caráter perverso do capitalismo.

Não seria um motivo de orgulho para a torcida corintiana se o nome Itaquerão fosse mantido em homenagem aos vários títulos conseguidos no período, ou seja, dois campeonatos brasileiros e dois estaduais? Ou melhor, se o nome fosse Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, ou Doutor Sócrates, ou melhor, ainda Magrão? Um dos articuladores da famosa Democracia Corinthians.

Infelizmente, no futebol atual o tamanho e o sentimento da torcida só importam enquanto estas pessoas são capazes de pagar pelos produtos e serviços licenciados. É fundamental este processo seja revertido, que a torcida se organize e passe atuar na direção da condução do seu time.

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