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Largados à própria sorte

Modelo híbrido: destruir a educação enquanto mata a juventude

Alguém pode imaginar o governador de São Paulo, Dória, gastando uma fortuna para tornar as escolas estaduais aptas para receber estudantes e professores?

Em pleno avanço do vírus da COVID-19 e antes mesmo que houvesse a vacinação de professores e estudantes, o governo do estado de São Paulo autorizou a volta às aulas presenciais em 1/02. O setor privado atendeu a medida sem demora. O setor público estadual planeja iniciar o ano letivo na próxima segunda-feira e o municipal se prepara para retornar no dia 15. Na área da educação, as novas palavras da moda são “adaptação” e “modelo híbrido”, que mescla aulas presenciais e aulas remotas.

A burguesia e sua imprensa golpista comemoram a adesão, até o momento, à sua campanha política pela volta às aulas. Diante da pregação dessa imprensa sobre os impactos negativos do isolamento social em crianças e adolescentes, sumiram do horizonte mental da pequena burguesia o aumento constante do número de mortos e infectados, o colapso do sistema de saúde, a disseminação de uma possível variante do vírus – ainda mais contagiosa e letal – e a ausência leviana de um plano sério de vacinação.

É real o sofrimento dos estudantes com a falta do relacionamento social. No entanto, essa obstinação insana da imprensa golpista pela “adaptação” a todo custo de estudantes e professores tem, pelo menos, três motivos inconfessos.

O primeiro deles é óbvio: a pressão dos chamados “tubarões da educação”, que controlam boa parte do setor privado, do ensino fundamental à faculdade, e viram seus rendimentos encolherem de uma hora para outra.

O segundo motivo foi diversas vezes denunciado por este Diário: a redução dos lucros capitalistas pela pouca circulação de pessoas e dinheiro nas cidades. Já em junho do ano passado, os economistas do Instituto de Ensino e Pesquisa (INSPER) estimavam uma perda de 5,3% a 23% do PIB brasileiro. Em setembro, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estimou uma a queda de até 1,5% do PIB mundial com a paralisação das aulas.

O terceiro motivo talvez seja um pouco mais sutil: naturalizar as mortes e os riscos da pandemia, que, ao contrário, são o resultado da política genocida dos governos federais, estaduais e municipais. Afinal, se até os estudantes podem se aglomerar em salas de aula, o que mais não poderia ser feito?

Mas a dissimulação e a fraude não têm limites para a burguesia quando se trata de garantir seus ganhos e privilégios. O chamado “modelo híbrido” pode até ser viável nas escolas privadas frequentadas pelos mais ricos, onde há condições materiais para manter o distanciamento entre os estudantes e a higienização adequada das dependências das escolas. Além disso, para essa parcela da população, os equipamentos eletrônicos, o acesso à internet e um “lugar todo seu” para a criança e o adolescente estudarem fazem parte de sua própria forma de vida.

Nada disso é uma realidade para imensa maioria dos estudantes que estão no setor público. Alguém pode imaginar o governador de São Paulo, Dória, gastando uma fortuna para tornar as escolas estaduais aptas para receber estudantes e professores? Bruno Covas mexeria um dedo para fazer o mesmo procedimento nas escolas municipais? O PSDB está no governo de São Paulo há mais de 20 anos e o orçamento público da educação vem retrocedendo a cada ano.

Por outro lado, a grande abstenção ao ENEM é uma prova de que a implementação atropelada do Ensino à Distância (EAD) foi, na verdade, um verdadeiro fracasso. Os estudantes sequer têm equipamentos para acompanhar as aulas. Os professores, por sua vez, arcaram com os custos do trabalho remoto e padeceram com a falta de tempo para o treinamento. Da mesma forma que a EAD, o “modelo híbrido” de educação é uma farsa e, talvez pior ainda, consolida ainda mais a política de destruição da educação pública.

Todos nós sabemos que a volta às aulas presenciais sem a vacinação de estudantes e professores, e o fim da pandemia, implicará no aumento do número de casos de infectados e de mortes. Isso ocorreu em outros lugares do mundo, como nos Estados Unidos e na Europa. Por isso, a insistência nessa medida precipitada deixa clara a intenção da burguesia e do Estado capitalista brasileiro: deixar os estudantes e o povo em geral largados à própria sorte! A única saída é a mobilização popular com o Fora Bolsonaro e todos os golpistas, eleições gerais, Lula presidente.

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