Um governo que precisou prender seu principal adversário a cassar sua candidatura, prender militantes e invadir sedes partidárias e proibir judicialmente todo tipo de peça publicitária que não seguisse as exigências da direita golpista para ser eleito não pode ser considerado um governo popular. É, na verdade, um governo anti-popular, anti-povo, um governo que foi posto para travar uma guerra contra toda a população. O governo Bolsonaro, no entanto, não será o primeiro com esse caráter.
No Chile, a ditadura sanguinária de Augusto Pinochet – que, inclusive, foi elogiada por Bolsonaro – destruiu o país rapidamente. Pinochet foi, além de chefe de um regime truculento e repressivo, um dos mais importantes experimentos da Escola de Chicago, isto é, um dos principais experimentos da ofensiva desesperada dos capitalistas para descontar a crise histórica do capitalismo nas costas dos trabalhadores.
O povo chileno hoje sofre com uma situação deplorável de sua Previdência. Segundo Andras Uthoff, consultor do Instituto Igualdad e professor da Universidade do Chile, 80% das aposentadorias pagas no Chile estão abaixo do salário mínimo e 44% estão abaixo da linha da pobreza. Ou seja, na prática, o direito à aposentadoria foi destruído no Chile . Se a aposentadoria não é capaz de fornecer as condições mínimas de vida digna aos chilenos, é uma aposentadoria virtual.
A liquidação da Previdência chilena é o modelo da “reforma” da Previdência do governo Bolsonaro. Por isso, é preciso que os trabalhadoras a derrubem na marra, para o que é preciso organizar uma greve geral de verdade.
É preciso mobilizar toda a população para derrubar o governo ilegítimo de Bolsonaro, dos militares e de todos os golpistas e impedir os ataques dos capitalistas à população.