Daqui a seis dias, terá início a II Conferência Nacional Aberta dos Comitês de Luta, que acontecerá nos dias 14 e 15 de dezembro, em São Paulo. Esse será um dos últimos eventos do calendário da luta contra o golpe neste ano, que contou com uma série de acontecimentos marcantes.
O ano de 2019 já começou com vários indícios de que a situação política esquentaria. Em Curitiba, militantes e ativistas de todo o país celebraram o ano novo com um protesto pela liberdade de Lula, que teve seus direitos cassados para que não se elegesse presidente da República. Por outro lado, a posse do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro contou com uma série de manipulações por parte da imprensa golpista, escancarando a artificialidade de sua base social.
Já em março, o governo Bolsonaro dava vários sinais de que teria muita dificuldade de se sustentar. Em todo o país, as festas carnavalescas se converteram em grandes manifestações em repúdio ao presidente ilegítimo. Em maio, a revolta contra o governo ganhou as ruas, colocando a derrubada do governo na ordem do dia. Somando aos grandes atos de maio, a crise profunda em que o regime político entrou tornou ainda mais viável a tarefa da esquerda e dos setores democráticos de se verem livres da farra dos golpistas.
No segundo semestre, embora o Brasil não testemunhasse nenhum ato gigantesco, a América Latina como um todo entrou numa etapa de intensa convulsão. No Equador, no Chile, na Bolívia, no Haiti e em outros países, a mobilização popular deu um grande salto de qualidade, o que fez com que a direita recuasse temporariamente em sua ofensiva. Como resultado, a burguesia, para evitar um processo revolucionário irreversível, resolveu soltar o ex-presidente Lula e dar a vitória eleitoral a Alberto Fernández e Cristina Kirchner, na Argentina,
O desenvolvimento da luta política no Brasil e na América Latina possibilitou que os comitês de luta também crescessem sua participação. Milhares de comitês pela liberdade de Lula passaram a atuar no Brasil, preparando um movimento que tinha como objetivo se chocar com o regime político. Como resultado da atividade desses comitês, foram realizados dois importantes atos em Curitiba: o do dia 14 de setembro e o do dia 27 de outubro, que expressaram a fortíssima tendência à mobilização dos trabalhadores contra a direita golpista.
A II Conferência Nacional Aberta dos Comitês de Luta surge justamente com o propósito de catapultar esse crescente movimento de luta contra a ofensiva da direita em todo o continente. No encontro, ativistas e militantes de todas as regiões do país terão a oportunidade de fazer um balanço da luta contra o golpe no último ano e discutir as próximas etapas da luta contra a direita – direita essa que ameaça os trabalhadores, cada dia mais, com a possibilidade do estabelecimento de ditaduras militares.
A conferência dará seguimento às discussões e encaminhamentos da Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe, ocorrida em julho de 2018. Naquele encontro, ativistas de todo o país aprovaram levar adiante um movimento que lutasse pelos direitos democráticos de Lula até as últimas consequências. No segundo encontro, a luta contra os regimes direitistas da América Latina, a anulação dos processos contra o ex-presidente Lula e a derrubada imediata do governo Bolsonaro estarão em pauta.
Por isso, a semana que se inicia hoje deve ser dedicada integralmente para a organização da II Conferência Nacional Aberta dos Comitês de Luta. É preciso ir às fábricas, às escolas, às universidades, aos assentamentos, aos sindicatos e a todos os lugares onde se encontram os trabalhadores para mobilizá-los para esse importante encontro.
As inscrições já se encontram abertas! Para se inscrever ou para mais informações, basta consultar o sítio eletrônico do evento.