As perseguições típicas dos mais tirânicos regimes ditatoriais avançam na Universidade Federal do Mato Groso do Sul (UFMS). A onda de denuncias estimuladas pela reitoria fascista da universidade fez com que professores do campus de Aquidauana (cerca de 130 km da capital, Campo Grande) fossem ameaçados por participar de “manifestações político-partidárias”, como foi chamada pela diretoria do campus, a greve com atos públicos realizados em 22/03, contra o golpe da previdência.
O fascismo na universidade chegou ao ponto de professores serem denunciados por terem sotaque nordestino. Importante lembrar que dado o teor anônimo das denúncias, qualquer pessoa pode protocolar uma, baseado nos mais obscuros interesses. Outro ponto a ser observado é que a política de terror vem acompanhada por uma série de ataques da reitoria que incluem a imposição do grilhão digital aos técnicos administrativos, ordem de despejo dos estudantes do prédio destinado a abrigar o DCE e, em Aquidauana, o despejo da sede sindical dos professores, ADUFMS.
Vale ressaltar ainda que a política aberta de perseguição a toda e qualquer manifestação contestatória vem em um contexto mais amplo de avanço do fascismo na educação brasileira, produto do golpe que derrubou de maneira ilegítima a presidenta Dilma Rousseff, prendeu Lula e fraudou descaradamente as eleições de 2018 em favor da manutenção do consórcio golpista.
Os direitistas se valeram da situação defensiva criada com a campanha eleitoral fraudulenta em torno da candidatura do, agora, presidente ilegítimo Jair Bolsonaro e da confusão política de setores da esquerda que procuram apresentar o atual governo como sendo “forte”e com amplo apoio popular. A situação mostra justamente o contrário.
É preciso aproveitar o crescimento das tendências de mobilização presentes nas universidades, a mobilização em torno do Dia 15, Greve Nacional da Educação, e rearticular a mobilização e organização dos setores da esquerda dentro da universidade, para abrir caminho para derrotar, de vez, a ofensiva da direita. Para tanto é preciso, além de impulsionar a mobilização imediata, avançar na construção de comitês de luta contra o golpe pela liberdade de Lula, na universidade e colocar como eixo das mobilizações em curso, o fora Bolsonaro e todos os golpistas.