Dados divulgados pelo Ministério da Saúde e pelas secretarias de Saúde de todo o País, apontaram menos de 10 milhões de pessoas tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19 e, destas, apenas cerca de 3,5 milhões a segunda, totalizando pouco mais de 13,5 milhões de doses aplicadas em mais de dois meses de vacinação. O número equivale a menos de 200 mil pessoas vacinadas por dia, ritmo que poderia fazer com que se demorasse mais de três anos para que toda o público alvo fosse vacinado e se pudesse ter uma imunização geral diante da pandemia.
Tais números evidenciam que sequer há – de fato – uma campanha de vacinação e o tamanho da fraude que todos os governos da direita “negacionistas” e “científicos” desenvolvem em torno do tema. Enquanto a cada dia aumentam os anúncios de “aprovação” e “compras” de novos lotes da vacina, no mundo real a vacinação segue como um farsa com uma pequena parcela da população sendo vacinada, como uma “amostra grátis”, sem que haja sequer um plano real para vacinar toda a população necessária.
Além disso, a maioria da vacinação é realizada com a Coronavac, uma vacina imposta pela campanha de setores poderosos da direita golpista e da venal imprensa burguesa, que procuraram usar a “vacinação” como arma de campanha do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que busca se passar por defensor de suposto métodos científicos, quando é, na realidade, um dos principais defensores e praticantes da política nazista de deixar a população morrer na pandemia para “socorrer” os interesses dos banqueiros e de outros tubarões capitalistas. Essa vacina, uma das mais caras do mundo é a que tem menor eficácia “comprovada” (?), obrigando inclusive a uma vacinação ainda mais abrangente para que possa surtir efeito.
Não por acaso, evidenciando a verdadeira politica genocida de Doria, o Estado de São Paulo, o mais rico da federação, ultrapassou no dia de ontem a marca de 10 mil pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) com Covid-19 pela 1ª vez desde o início da pandemia e vem batendo seguidos recordes de casos e mortes diárias, tendo superado a marca de 64 mil mortes. Se fosse um país, estaria em décimo primeiro lugar no mundo em número de vítimas.
Doria e todos os chamados governantes “científicos” não tem nenhum política profundamente diferenciada na questão pandemia em relação à outra ala da burguesia golpista apresentada como “negacionista”, sócia na política de tapeação do povo.
Frente à esta situação, a esquerda não tem uma política independente e em quase todas as questões fundamentais, se coloca à reboque da direita golpista e “científica”, defendendo a política de frente ampla com esse setores, a pretexto de combater Bolsonaro, como se vê no caso da frente de governadores.
Ao contrário dessa política de colaboração e capitulação diante da fretai genocida e enfrentar a crise, que se desenvolve tanto do ponto de vista sanitário, como econômico e até mesmo humanitário, é preciso ter um programa próprio dos explorados e de suas organizações diante da situação. Esse programa deve ter como centro travar uma luta contra todas as alas da burguesia parasita e seus governos que estão entregando a vida do povo para salvar os seus próprios negócios.
A demagogia, a repressão e a falsificação devem ser enterradas junto com o regime político podre estabelecido em meio ao golpe de 2016, o que só pode ser feito por meio de uma intensa mobilização popular, para o que a candidatura de Lula a presidente é um fator que pode ser decisivo.
Contra as falsas “soluções” da direita, é preciso, em primeiro lugar, defender um isolamento real, planejado, e não da maneira ilusória e repressiva contra uma parcela do povo que os governos capitalistas estão fazendo.
É preciso lutar pela vacinação em massa, para que haja vacina para todos. Contra a política criminosa dos governos da direita de “economizar” gastos. A vacinação e tudo que diz respeito a ela precisa ser colocada sob o controle das organizações populares e dos trabalhadores do setor de saúde. É preciso quebrar a patente da vacina e garantir sua produção em larga escala em território nacional, por meio da estatização da indústria farmacêutica para colocar o interesse da população acima da defesa dos lucros dos grandes monopólios da indústria farmacêutica.