Durante essa semana o governo neoliberal e Emmanuel Macron recuou em sua proposta de reforma de Previdência. A idade mínima proposta foi de 64 para 62 anos. Esse recuo, no entanto, ficou muito longe de levar a um fim da greve que completou 44 dias na quinta-feira (16). O dia foi novamente marcado por grandes protestos pelo país. Segundo a central sindical CGT 250 mil pessoas marcharam em Paris contra a reforma do governo. Continuando a mobilização que colocou 370 mil pessoas nas ruas da capital no dia 9 de janeiro. A greve, que começou no dia 5 de dezembro, continua paralisando os transportes, e contou com uma massa de professores nas ruas durante o protesto de quinta-feira.
Apesar da tentativa de manobra de Macron os protestos continuam, assim como a greve. Para o dia 24, há o plano para mais um dia de greve geral, com protestos de massas nas ruas. O objetivo é derrotar completamente a reforma da Previdência do governo. Diante da massa mobilizada nas ruas, é um objetivo modesto. Com a extensão dos atos, o nível de paralisação das atividades e a duração dos protestos, os trabalhadores poderiam derrubar o governo Macron e acabar não só com sua reforma da Previdência como com todo seu programa neoliberal.
Essa não é a primeira vez que o país é varrido por manifestações de massa em todo seu território durante o governo Macron. Os chamados coletes amarelos ficaram por um longo período protestando praticamente todos os dias contra medidas econômicas do governo Macron, que procura fazer a população pagar pela crise dos capitalistas que comandam o país.
A situação política na França apresenta um embate das massas com a política neoliberal, a exemplo do que está acontecendo na América Latina. Essa tendência de um enfrentamento das massas com governos de direita exige uma resposta das direções de esquerda para a crise política colocada em cada país. A omissão das direções em levantar uma política mais geral e relativa ao poder desperdiça uma oportunidade e pode colocar a iniciativa nas mãos da extrema-direita, que faz muita demagogia contra os governos atuais, embora não tenha nenhuma solução para os trabalhadores.