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Organização popular

Mobilização: por que a burguesia persegue as torcidas?

Em meio à crise sanitária, o papel político das torcidas organizadas ganha destaque e traz à tona os motivos de receberem tantos ataques da imprensa burguesa e seus políticos.

Durante décadas a imprensa burguesa vem apresentando apenas duas possibilidades de existência para as torcidas organizadas, a festa nos estádios e a violência dentro e fora destes. Com o desenvolvimento da crise do capitalismo, no entanto, até o importante papel que desempenham durante os jogos, dando vida ao esporte mais popular no Brasil e no mundo, vem sendo omitido.

Esta abordagem reducionista sobre a atuação das torcidas obviamente não é acidental, mas está diretamente relacionada ao caráter de classe destas organizações. Provenientes da classe trabalhadora, essas torcidas são um importante exemplo de organização popular, o que naturalmente desperta o terror na sua classe social antagônica. Não por acaso, muitas torcidas organizadas também são escolas de samba, outra paixão nacional.

O caráter classista das torcidas organizadas veio à tona em meio à pandemia do COVID-19. Enquanto sindicatos e organizações estudantis fecharam as portas e aderiram ao #FiqueEmCasa, várias torcidas correram ao auxílio da população mais pobre, aqueles mais atingidos tanto pela crise sanitária quanto pela crise econômica.

A Mancha Verde, por exemplo, torcida organizada do Palmeiras e escola de samba, arrecadou algumas toneladas de alimentos para distribuir entre a população dos bairros mais pobres da cidade de São Paulo. Ações semelhantes, com distribuição de alimentos e itens de higiene, foram realizadas por diversas torcidas paulistas, como Gaviões da Fiel (Corinthians), Independente e Dragões da Real (São Paulo) e Força Jovem (Santos).

Estas iniciativas estão sendo impulsionadas e executadas por diversas torcidas organizadas de todo o Brasil. O fator que mais explica essa quase sincronicidade das ações é justamente a proximidade destas organizações com a população mais pobre.

Apesar dessas ações serem importantes, existe um outro tipo de ação das torcidas que também vem ganhando destaque neste momento de crise, as manifestações políticas. Estas não recebem a mesma visibilidade nos monopólios da comunicação justamente pelo perigo que representam à burguesia.

No começo do mês, vários torcedores do Corinthians se reuniram na Avenida Paulista em São Paulo para impedir uma manifestação chamada por apoiadores do ilegítimo governo Bolsonaro. A ação obteve sucesso e chegou a repercutir em diversas mídias de esquerda. Torcedores do Corinthians também realizaram manifestação contra Bolsonaro em Brasília.

Em Porto Alegre, ainda neste agitado mês de maio, a torcida Inter Antifascista impulsionou uma concentração em frente ao Comando Militar do Sul impedindo outra manifestação de apoiadores de Bolsonaro. Entre outras palavras de ordem, entoaram “Recua, fascista, recua! É o poder popular que está na rua!”.

Vale destacar a importância dos segmentos antifascistas que se multiplicam por todo o país como expressão da polarização política e da politização crescente dentro das torcidas de futebol. 

Em outro exemplo recente, A Torcida Jovem do Flamengo (TJF) publicou um manifesto onde resgata a história de atuação política dessa torcida e chama abertamente o “Fora Bolsonaro”.

Não é a toa que a perseguição às torcidas organizadas vem se intensificando rapidamente desde o golpe de estado, em especial neste governo de extrema-direita. Um dos expoentes desta campanha no atual governo foi justamente o tucano Sérgio Moro, que por meio de uma portaria chegou a incluir as torcidas na categoria terrorismo.

Além disso, assinou junto com Bolsonaro modificações no Estatuto do Torcedor ampliando as punições previstas às torcidas, ferramentas para serem acionadas conforme convier à burguesia.

Assim como a proibição a cartazes e faixas com manifestações políticas nos estádios já vinha sendo enfrentada pelos setores mais ativos dentro das torcidas, no momento em que a burguesia se aproveita do isolamento social para aprofundar sua ditadura diversas torcidas organizadas entram na linha de frente do combate às políticas da direita.

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