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Ditadura

Mj. Olímpio apresenta PL “antiterrorista”: esquerda vai elogiar?

O senador fascista, Major Olímpio, apresentou um Projeto de Lei no final do ano passado que procura criminalizar atos de revolta da população, semelhante ao que ocorre nos EUA

No começo de dezembro, o senador de extrema-direita do PSL, Major Olímpio, apresentou o Projeto de Lei (PL 5.364/2020), que irá alterar a lei antiterrorismo para considerar como “atos terroristas”, ações como depredação de transportes públicos, instituições financeiras e objetos de uso público, com a utilização de armas ou explosivos e com bloqueio de vias ou da entrada ou saída de instituições de segurança pública. Todas situações bastante comuns em manifestações e atos dos partidos de esquerda e movimentos sociais. A pena para quem for capturado realizando alguma dessas ações pode chegar a reclusão de até 30 anos.

Na época em que apresentou a proposta, o senador fascista usou como justificativa os assaltos ocorridos em Criciúma (SC) e em Cametá (PA), mostrando que a luta pela segurança pública é uma das demagogias direitistas mais perigosas que têm e que sempre acaba se voltando contra a esquerda.

Olímpio afirmou que já tinha procurado incluir essas práticas na “Lei Antiterror” em 2016, mas que não foi acatado. Segundo ele:

“Eu apresentei emenda específica, dizendo quem toca fogo em ônibus, quem vai explodir caixa eletrônico, marginais que se juntam e tomam a cidade, isso não é crime de roubo. Isso é atentado terrorista. Naquele momento, para votar a Lei Antiterror, retiraram a minha emenda e disseram ‘não, vamos fazer uma coisa mais branda’. Está aí o resultado”.

A proposta de Major Olímpio tem cunho fascista e ditatorial e deve ser rechaçada e combatida por todos os setores populares e progressistas, que procuram lutar contra o aprofundamento da ditadura no Brasil. Caso isso seja posto em prática, haverá o risco de uma pessoa ir para a cadeia por 30 anos apenas por estar participando de uma manifestação.

É preciso, também, fazer um paralelo entre a situação nacional e a ocorrida nos Estados Unidos. Desde o protesto com invasão ao Capitólio ocorrido no começo do mês de janeiro, o imperialismo tem sinalizado um endurecimento da legislação e a disposição para perseguir e censurar qualquer pessoa ou grupo que apresentar posicionamentos divergentes dos seus. Nos Estados Unidos, a punição veio para Donald Trump e seus apoiadores. Alguns dos manifestantes foram presos, uma mulher inclusive foi baleada e morta no local, logo depois, Trump foi censurado de todas as redes sociais e a rede social Parler, idealizada por essa extrema-direita, foi excluída de todas as lojas de aplicativo.

Posteriormente, passou a haver uma forte pressão por parte da burguesia imperialista para que o governo americano aprove uma lei contra o chamado “terrorismo doméstico”. O Comissário de Inteligência e Antiterrorismo dos EUA, John Miller, afirmou em coletiva de imprensa, que é necessário a criação de leis para combater o “terrorismo doméstico”, que ele caracteriza como sendo o que ocorreu na invasão ao Capitólio durante a recontagem dos votos. Ele critica o fato de que um cidadão norte-americano pode ser processado por se manifestar em um fórum de internet com opiniões a favor de atos de violência do que eles chamam de “jihadistas” (grupos muçulmanos ou árabes, que lutam contra o imperialismo), mas nada acontece se ele se manifestar em fóruns de extrema-direita. É importante salientar que Joe Biden, o presidente eleito dos EUA, também chamou esses manifestantes de “terroristas domésticos”, o que mostra que essa é a política a ser aplicada pela nação imperialista no próximo período.

Aqui no Brasil, a esquerda assistiu essa campanha e aplaudiu cada passo do imperialismo em direção ao endurecimento do regime e à cassação dos direitos dos cidadãos norte-americanos. Sob o pretexto de uma falsa “luta contra o fascismo”, a burguesia começa a criar mecanismos legais que irão servir, posteriormente, para punir setores combativos da esquerda e os movimentos sociais. O mesmo vale para a censura de Trump pelos monopólios da internet, que a esquerda também aplaudiu. Não há nenhuma luta contra o fascismo por parte da burguesia imperialista, que são impulsionadores do fascismo, mas sim um endurecimento do regime em um momento de crise.

O PL proposto por Major Olímpio no fim do ano passado e a lei contra o “terrorismo doméstico” que o imperialismo quer baixar nos EUA são duas demonstrações da preocupação da direita com o potencial de revoltas que o próximo período irá apresentar, considerando a crise econômica e as crises sociais que virão dela. A esquerda não deve nunca apoiar esse tipo de medida, mesmo que elas sejam usadas em um primeiro momento contra a extrema-direita, porque esse endurecimento das leis terá consequências nefastas para a classe trabalhadora, muito mais perseguida e vulnerável do que os fascistas, portanto muito mais sujeita a ser punida pelo aparato do estado burguês. Os revolucionários devem lutar pelos direitos democráticos de toda a população, e isso se dá lutando contra quaisquer leis que aumentem o caráter punitivista do Estado, e isso é particularmente necessário no caso dessa PL, que tem como objetivo punir justamente as manifestações políticas.

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