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Ministro Moro: para os amigos, “Caixa 2” nem é mais corrupção

O ex-juiz Sérgio Moro, um dos principais agentes da operação golpista Lava-Jato, vem sendo sistematicamente desmascarado na medida em que a demagogia da direita brasileira escorre pelo ralo. O juiz, que em tempos anteriores era considerado um exemplo de moralidade e se tornou um dos maiores símbolos da direita histérica que pedia a derrubada de Dilma e prisão de Lula, sempre foi um agente da direita para orquestrar o Golpe de Estado no Brasil sob a fachada da farsesca “luta contra a corrupção”.

A investigação de Moro foi responsável por centenas de arbitrariedades, a mais destacada delas a prisão sem provas do ex-presidente Lula, que há quase um ano está preso em Curitiba. Logo após a eleição mais fraudada da história do país, Moro assumiu o ministério da justiça e segurança pública  no governo do fascista Jair Bolsonaro (uma recompensa por ter tirado o principal concorrente da disputa) e vêm ficando cada vez mais claro que a tal “luta contra a corrupção” do juiz não passava de uma cortina de fumaça para a perseguição política dos inimigos do regime.

Temos que lembrar que Moro era apresentado pela imprensa burguesa como um dos “salvadores da pátria” e como um juiz imparcial, mesmo quando todos já sabíamos que o seu lado era justamente os dos golpistas e o do imperialismo norte-americano que financiou a derrubada do Governo petista. Blindado pela imprensa burguesa e atuando como ferramenta da burguesia contra seus inimigos políticos, Moro deu dezenas de palestras e centenas de declarações nas quais apresentava os crimes de corrupção como sendo os piores possíveis e defendendo o endurecimento das leis e das penas contra envolvidos e mesmo suspeitos de tais crimes. Destes crimes que Moro dizia tanto combater temos que destacar a questão do “caixa 2”, muitas vezes condenado pelo juiz que caracterizava a ação como uma das piores possíveis.

Ainda em 2016, durante debate no Congresso Nacional sobre o projeto “10 medidas contra a corrupção”, moro proferiu um discurso rígido a respeito da questão do caixa 2 afirmando ter uma posição muito clara sobre o tema e a necessidade de combate a essas páticas. Moro afirmou “Eu particularmente sou favorável a essa criminalização [de caixa dois]. Tenho uma posição muito clara: eu acho que o caixa dois muitas vezes é visto como um ilícito menor, mas é trapaça em uma eleição. E há uma carência da nossa legislação de tipificar esse tipo de atividade. E essa carência acaba gerando suas consequências no sentido de que se isso não é criminalizado, é tipo como permitido”.

Já em 2017, quase um ano depois, o juiz aumentou o tom a respeito da questão com o claro objetivo de endurecer a perseguição política ao Partido dos Trabalhadores e aos membros do partido investigados pela Lava-Jato. Durante uma de suas palestras nos EUA, na Universidade de Harvard, o juiz falou para uma plateia de estudantes brasileiros que o crime do caixa 2 seira o pior tipo de corrupção, pois usa o dinheiro desviado para vencer eleições. Nas palavras do próprio juiz da Rede Globo “Tem que se falar a verdade, caixa dois nas eleições é trapaça, é crime contra a democracia. Alguns desses processos me causam espécie quando alguns sugerem fazer uma distinção entre corrupção para fins de enriquecimento ilícito, e a corrupção para fins de financiamento de campanha eleitoral. Para mim, a corrupção para financiamento de campanha eleitoral é pior que para o enriquecimento ilícito”.

No ano passado, já tendo sido anunciado que o juiz iria compor o governo Bolsonaro, Moro começou a deixar de lado totalmente qualquer demagogia e assumiu com a maior clareza possível o papel que os golpistas o destinaram. Já sem precisar manter qualquer fachada de legalidade ou de constitucionalidade Moro passou a ser um defensor declarado de vários elementos assumidamente corruptos que estavam ao lado de Bolsonaro, dos quais podemos destacar o deputado Onyx Lorenzoni que admitiu ter recebido R$100.000  de forma ilegal para sua campanha em 2014. O deputado do Democratas, atualmente atuando como ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, recebeu sem declarar dinheiro da empresa JBS (investigada pela Lava-Jato de Moro) e admitiu o crime publicamente durante entrevista. Ao contrario do que era esperado Sérgio Moro não criticou nem repudiou a ação de seu Onyx, pelo contrário afirmou que o deputado já havia pedido desculpas pelos seus atos. de acordo com o próprio moro “quanto a esse episódio do passado, ele mesmo admitiu seus erros e pediu desculpas e tomou as providências para repará-lo”.

O último episódio dessa verdadeira “novela farsesca” foram as declarações dadas por Moro essa semana para a própria imprensa golpista. Moro anunciou que iria enviar um pacote coma chamada “Lei Anti-crime” que previa medidas de repressão para vários tipos de delitos, incluindo o próprio caixa 2. Pressionado pela própria base aliada dos governo, que teme que tais medidas sejam usadas pera persegui-los politicamente no futuro, Moro voltou atrás e dividiu o pacote isolando a questão do caixão 2 em texto separado. Após o anuncio do “fatiamento” do pacote, Moro foi questionado pelos repórteres da imprensa burguesa sobre a questão do caixa 2 e respondeu: “Não, caixa dois não é corrupção. Existe o crime de corrupção e existe o crime de caixa dois. Os dois crimes são graves. Aí é uma questão técnica”.

A verdade por trás de toda essa novela é que o juiz Sérgio Moro nunca foi de fato contra nenhum destes crimes, tampouco pretendeu levar a caba de fato uma “luta contra a corrupção”. Tanto Moro quanto os outros juízes golpistas prestaram unicamente um serviço ao Golpe de Estado no país, usando para isso de suas prerrogativas no sistema judiciário, perseguindo e atacando todos que eram vistos como obstáculos políticos. A suposta mudança de opinião de Moro é, em verdade uma farsa, Moro sempre teve a mesma opinião: usar a corrupção como fachada para atropelar direitos democráticos e levar adiante uma caçada jurídica contra os inimigos do golpe, dos quais destacamos o companheiro Lula. O líder petista foi mandado para a prisão sem que houvessem provas de seus supostos crimes em um processo marcado por arbitrariedades e ilegalidades, sendo que a própria Constituição foi rasgada para poderem encarcerá-lo.

O que ocorre agora é que a fachada de “imparcialidade” que a imprensa golpista levantou diante de Moro desmorona na medida em que avança o Golpe e todos esses elementos se tornam inimigos cada vez mais declarados do povo. Moro sempre foi um agente do imperialismo norte-americano e da burguesia que só tinha um objetivo: a perseguição política pela via jurídica.

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