O ministro da Educação, Vélez Rodríguez, declarou essa semana mais um ataque grotesco à Educação e ao povo brasileiro. Dessa vez, o ministro colombiano declarou que fará uma “revisão” nos livros didáticos de história com o objetivo de contar a “verdadeira” história sobre o golpe militar de 1964 no Brasil.
Segundo o mesmo “o papel do MEC é garantir a regular distribuição do livro didático e preparar o livro didático de forma tal que as crianças possam ter a ideia verídica, real, do que foi a sua história.” Dessa forma, o ministro, que se apresenta como um grande defensor da verdade, em seguida nega a existência de golpe militar ou ditadura nos 21 anos que se seguiram ao golpe de 1964. Para ele, o golpe em 31 de março de 1964 foi “uma decisão soberana da sociedade brasileira” e a ditadura um “regime democrático de força”.
Tais declarações por si só, são um verdadeiro escárnio contra o povo brasileiro por tentar falsificar para defender um golpe comprovadamente orquestrado pelo embaixador dos Estados Unidos no Brasil e pela CIA. Um golpe que agrediu não só a soberania nacional, como foi um ataque contra o povo brasileiro, os seus interesses, os seus direitos políticos, civis e sociais. Milhares de pessoas foram presas, exiladas, torturadas e assassinadas. Em se tratando do ministro da Educação, tais declarações se tornam uma verdadeira aberração.
Tal iniciativa revela com clareza o que um dos objetivos dos defensores da escola com fascismo, disfarçado de “escola sem partido” é impor uma versão completamente fantasiosa da história e transformar os livros didáticos em panfletos da extrema-direita. A orientação oficial para que as escolas gravassem os alunos falando o lema de campanha do Bolsonaro foi uma pequena mostra dessa política reacionária.
A ação do ministro fascista é uma afronta ao povo brasileiro e uma tentativa de censurar o livre pensamento, o debate democrático e a possibilidade dos alunos terem acesso à cultura e ao conhecimento. Os livros didáticos atuais, longe de serem de esquerda, apresentam de maneira geral uma versão moderada sobre a história e tímida em relação às atrocidades cometidas pela ditadura militar ou mesmo pela escravidão no Brasil.
A gana pelo controle do pensamento e a censura aos professores e livros didáticos são uma óbvia demonstração de desenvolver um regime de total arbitrariedade e de esmagamento do povo brasileiro e dos seus direitos conquistados. É preciso empreender uma enorme campanha nacional, dentro e fora da escola contra a censura, contra os ataques ao ensino público e contra o regime golpista que pretende esmagar o povo brasileiro.