Da redação – Em mais um franco ataque aos povos indígenas brasileiros, o atual ministro da saúde do governo ilegítimo de Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta, anuncia que pretende municipalizar o sistema de políticas de atendimento médico aos povos habitantes das regiões Sul, Sudeste e Nordeste e estadualizar nas demais regiões do país.
Atualmente os povos indígenas são atendidos por convênios através do Ministério da Saúde, intermediados pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que deve dar atenção às particularidades necessárias ao atendimento a esses povos, levando em consideração as características culturais, imunológicas e epidemiológicas.
As populações indígenas do Norte reagiram ao ataque, ocupando, nessa terça (26), o prédio do Ministério da Saúde em Manaus em protesto contra a extinção do Sesai.
A medida do governo ilegítimo, de municipalização da saúde indígena, vai ao encontro das políticas de ataques aos direitos e à cultura de toda a população brasileira, e visa deixar as populações indígenas sem atendimento médico, levando-os a morte, para satisfazer os interesses de latifundiários, mineradoras e madeireiras que querem explorar os territórios ocupados pelos povos nativos.
A municipalização do sistema de saúde dos indígenas corresponde a uma política de extermínio dessas populações, uma vez que os atendimentos serão controlados pelas oligarquias locais, inimigas declaradas dos povos nativos.
Essa política de morte é comum no sistema capitalista, que possui a característica de colocar os lucros dos grandes empresários acima das vidas das pessoas.
Além de significar o extermínio das populações indígenas, o desmonte e extinção do Sesai, se posiciona no sentido do aprofundamento da crise no Sistema Único de Saúde (SUS), transferindo para os municípios, que já enfrentam sérios problemas de infraestrutura na saúde, mais essa responsabilidade, fortalecendo a narrativa da necessidade da privatização do sistema.
É necessária uma grande mobilização das organizações populares, dos partidos políticos, dos sindicatos e dos comitês de luta contra o golpe no sentido de colocar abaixo o governo golpista de Jair Bolsonaro, colocado no poder por uma fraude eleitoral com amplo apoio da burguesia nacional e internacional, que em conjunto com o judiciário prenderam e impediram o ex presidente Lula de disputar as eleições, com óbvias intenções de esmagar todo o conjunto da classe trabalhadora brasileira.
Podemos concluir que lutar pela liberdade de Lula e pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, significa se opor aos interesses dos grandes capitalistas e apoiar todas as causas e demandas populares.
Não serão as lutas individuais desse ou daquele setor, contra uma ou outra reforma da burguesia que irão derrotar o sistema golpista que se coloca em ataque aos direitos e garantias de todo povo brasileiro.
O que pode derrotar o golpe e nos fazer caminhar no sentido de um governo proletário é a união de todos os setores de luta em torno das principais reivindicações necessárias para o cenário político atual, que são a liberdade do ex-presidente Lula e o fora Bolsonaro e todos os golpistas.